Em comemoração aos 300 anos de Minas Gerais e 120 anos da Gerdau, empresa produtora de aço, Itabirito e Congonhas, ambas na Região Central, vão ganhar obras do escultor Guilherme Marques. As obras contemplarão a Nossa Senhora da Piedade com uma produção inovadora, envolvendo scanners em 3D e uma impressora que realiza cortes com a alta precisão do plasma. A proposta da empresa era que a escultura fosse feita usando o aço fabricado por eles, em Minas.
A Santa retratada na obra de Guilherme é a padroeira do estado e o material escolhido por ele foram as chapas de aço GG, que são usadas para revestir cascos de trens e navios. O processo de produção da escultura tem o objetivo de usar uma “tecnologia para suportar as intempéries do tempo”, conta o escultor. Além disso, depois de certo tempo, o material oxida e fica com um aspecto diferente, enferrujado e “envelhecido”, resgatando a tradicionalidade.
Apesar de o material se adequar à proposta da campanha da Gerdau e aos planos de Guilherme, o artista conta que trabalhar com o aço “foi o maior desafio do projeto”. Para imprimir a imagem, foram usados atores, que reproduziram a pose idealizada pelo autor da obra. Em seguida, uma scanner transmitiu a imagem para um software que “gera os cortes como se fossem curvas de nível”, narra Marques.
Por último, uma impressora reproduz a imagem, de forma tridimensional, usando as chapas de aço como material, que são soldadas. São mais de 40 peças que formam a padroeira de Minas em interseção com o menino Jesus, unindo os dois por um só coração. À medida que o espectador se movimenta, a imagem observada muda: “ora ela (quem observa) reconhece a forma, ora ela fica confusa”, descreve o escultor.
A junção das duas figuras com um só coração representa o sentimento da mãe e do filho, que é o mesmo, de acordo com Guilherme Marques. Quanto à temática de aniversário de Minas, o espectador observa a temática, também, nas curvas de nível da escultura, que representam as montanhas do estado. Se tratando do processo utilizado e do material escolhido, Marques define a obra como a união da “tecnologia e tradição”.