Lincoln Santos, o motoboy agredido durante um entrega no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, nessa terça-feira (15/8), usou as redes sociais um dia depois do ocorrido para dar sua versão dos fatos. Ele acredita não ter sido agredido apenas com uma muleta.
A confusão teria começado após o entregador solicitar o código de segurança do pedido aos compradores.
A confusão teria começado após o entregador solicitar o código de segurança do pedido aos compradores.
Os colegas de profissão foram até a casa onde a agressão ocorreu e se manifestaram contra o episódio na manhã desta quarta-feira (16/5).
Em sua explicação, Lincoln conta que tudo começou por volta das 13h de terça, quando ele se encaminhou para entregar o pedido de uma feijoada no bairro. Após coletar a comida, o entregador recebeu a notificação de outro pedido.
“Eu recebi outro pedido e nois que é motoca nois sabe, se der para casar nois casa para fazer um dinheiro rápido, ainda mais que é feriado. Chegando lá eu vi que tava agarrado que não ia dá para pegar e não podia esperar também porque eu já tava com a feijoada, aí eu fui pro endereço”.
“Eu recebi outro pedido e nois que é motoca nois sabe, se der para casar nois casa para fazer um dinheiro rápido, ainda mais que é feriado. Chegando lá eu vi que tava agarrado que não ia dá para pegar e não podia esperar também porque eu já tava com a feijoada, aí eu fui pro endereço”.
De acordo com Lincoln, após solicitar o código, mecanismo de segurança comum nos aplicativos de delivery de comida, houve uma discussão e, em seguida, as agressões verbais e físicas começaram.
“Pedi o código e ele falou que queria ver o pedido primeiro, mas eu falei que não podia entregar sem o código por questão de segurança. Eu guardei o pedido no bolsão e ele veio querer abrir e eu repreendi, dei um tapa na mão dele e falei que não ia abrir”, afirma o entregador.
“Pedi o código e ele falou que queria ver o pedido primeiro, mas eu falei que não podia entregar sem o código por questão de segurança. Eu guardei o pedido no bolsão e ele veio querer abrir e eu repreendi, dei um tapa na mão dele e falei que não ia abrir”, afirma o entregador.
À polícia, os suspeitos da agressão afirmaram que perceberam pelo aplicativo que o entregador tinha desviado da rota e desconfiaram se ele havia feito algo no pedido. Por esse motivo, pediram para conferir a comida antes de entregar o código ao entregador.
As agressões, que em um primeiro momento eram verbais, passaram a ser físicas quando o rapaz que tinha ido encontrar o entregador chamou o pai, que chegou a agredir o entregador com uma muleta.
“A polícia falou que foi muleta, mas isso aqui não tá com cara de muleta não. Tô todo cortado e a muleta tá limpa”, conta Lincoln. Ele teve ferimentos no braço, na barriga, no peito e nas costas e recebeu diversos pontos.
“A polícia falou que foi muleta, mas isso aqui não tá com cara de muleta não. Tô todo cortado e a muleta tá limpa”, conta Lincoln. Ele teve ferimentos no braço, na barriga, no peito e nas costas e recebeu diversos pontos.
O entregador finaliza o relato fazendo um pedido para que o caso não caia em esquecimento. “Tá virando recorrente, toda semana, tá acontecendo isso aí e o que acontece com os cara? Não tem nem mais notícia, o caso morre, os cara abafa. Eu peço que dessa vez não aconteça isso, não porque é comigo mas porque já chegou em um limite que não tá dando mais. Os caras não estão respeitando a lei. Aí eu vou ficar 15 dias parado e quem vai pagar? Ninguém. É só prejuízo que tô tomando”, afirma Lincoln.
Posicionamento do Ifood
O Ifood, aplicativo de entrega, afirmou em nota que: “repudia veementemente qualquer tipo de agressão, seja ela física ou verbal e que afete qualquer pessoa inserida em nosso ecossistema, seja entregador, restaurante e consumidor. A empresa informa que entrou em contato com o entregador para prestar apoio psicológico e jurídico e que deu entrada ao pedido de seguro para o profissional. O cliente foi banido da plataforma.
O iFood ressalta aiinda que disponibiliza uma Central de Apoio Jurídico e Psicológico para entregadores, como uma iniciativa de combate à discriminação, garantia de acesso à justiça e valorização e respeito destes trabalhadores.”
Defesa dos suspeitos
O advogado Flávio Amaral, responsável pela defesa dos suspeitos, afirmou que na internet circulam imagens parciais e que não refletem tudo o que aconteceu no momento e é explicado no Boletim de Ocorrência.
Em nota, afirmou que: “é importante esclarecer que as agressões relatadas tiveram início por parte do entregador, conforme detalhadamente registrado. Ressaltamos nosso compromisso com a integridade e a veracidade dos fatos, reiterando que não são adeptos da violência e acreditamos no funcionamento adequado das instituições policiais e judiciárias para a apuração imparcial dos acontecimentos.”.
Em nota, afirmou que: “é importante esclarecer que as agressões relatadas tiveram início por parte do entregador, conforme detalhadamente registrado. Ressaltamos nosso compromisso com a integridade e a veracidade dos fatos, reiterando que não são adeptos da violência e acreditamos no funcionamento adequado das instituições policiais e judiciárias para a apuração imparcial dos acontecimentos.”.
Na nota, é reforçado ainda que os suspeitos “não se tratam de pessoas violentas e agiram em conformidade com a defesa de seus direitos e integridade física”.