A família de Ezequiel Marcos Araújo Moreira contesta a versão apresentada por Kelma Renata Apolînia Melo, de 31 anos, e Rogério Campista Schepfer, de 38, autora e co-autor do homicídio ocorrido no último dia 10, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a versão de Kelma, apresentada para a Polícia Militar (PMMG) no dia do crime, Ezequiel estava alterado após uma “crise de abstinência de drogas” e foi até a porta de sua casa para pedir dinheiro. Houve uma discussão e a vítima e Rogério entraram em confronto. Ezequiel morreu após ser esfaqueado pela mulher.
A fala é contestada por Tanã Ruthele, prima da vítima. Em conversa com a reportagem do Estado de Minas, ela disse que seu primo não tinha usado drogas e que ele foi atacado pelas costas. “Meu primo foi à casa do pai da mulher. Quando ele voltou, foi surpreendido pelo homem que o atacou com um facão pelas costas, na porta da casa dele. Ele estava 'ganhando' a briga e a mulher saiu de dentro de casa com uma faca e o acertou. Todas foram na parte lateral e nas costas. Ele não teve defesa”, disse.
Segundo ela, a versão relatada no Boletim de Ocorrência está incorreta. Taynã também questiona a atuação dos policiais militares que atenderam o caso. “Eles não colheram o depoimento de ninguém. Só da mulher. A minha mãe viu o que aconteceu e estava em choque. Ela disse que iria assumir o crime, mas foi aconselhada por um policial a não falar mais nada”, contou.
Vizinhos do local viram toda a ação e também contestaram o que foi registrado no BO. Eles foram chamados para prestar depoimento à Polícia Civil (PCMG) durante os últimos dias. Uma das armas utilizadas na briga, o facão, foi escondida e encontrada pelo pai da suspeita.
Em nota, a Polícia Militar disse que "a versão apresentada pela autora, confessando que havia desferido as facadas contra a vítima, foi descrita na íntegra no boletim de ocorrência apresentado à polícia civil".
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O crime aconteceu na noite de quinta-feira (10). Por volta de 22h, Ezequiel chegou ao local onde a família reside. Ao aproximar-se das casas, começou, segundo a versão apresentada por Kelma e o marido, Rogério Campista Schepfer, de 38 anos, a gritar que queria morrer e que iria matar alguém.
Foi então, para a casa do pai de Kelma, Renato, e começou a esmurrar a porta, gritando que queria dinheiro para comprar drogas, pois não conseguia mais ficar sem elas. Ele estaria em abstinência, não se sabe se por tratamento ou por falta de dinheiro.
Nesse instante, Kelma, que mora na casa ao lado, pediu ao marido que fosse ajudar o pai. Rogério saiu da casa e começou uma discussão entre eles. Ezequiel se mostrou agressivo e Rogério decidiu retornar para casa, fechando a porta.
Os dois voltaram a discutir e saíram da casa para a rua se debatendo. Eles caíram no chão, e Kelma foi socorrer o marido.
Ao ver os dois no chão e o marido ameaçado, ela desferiu os golpes em Ezequiel.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram Ezequiel caído, sangrando, mas ainda com vida e o levaram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sabará, mas o rapaz não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele foi atingido por facadas no abdômen, na costela, axila esquerda e na cabeça.