“Na hora que eu desci ali eu vim com o coração na mão, tremendo”. Essa foi a reação de Eli Jaime de Almeida, de 67 anos, ao se aproximar do local onde o carro em que estava seu filho, sua nora e sua neta, de apenas 2 anos, foi arrastado por uma caminhão no Anel Rodoviário, na noite desta terça-feira (22/8). O motorista profissional estava em casa quando ficou sabendo do acidente.
O carro em que a família de Eli estava foi um dos mais atingidos pelo veículo de carga, carregado com 35 toneladas. O carro chegou a ser arrastado por cerca de 500 metros. Ao menos outros quatro veículos também foram atingidos, sendo que um deles chegou a capotar.
Apesar do susto, não houve registro vítimas graves. Das seis vítimas, quatro foram encaminhadas para unidades de saúde, sendo uma delas a nora de Eli. Outras três pessoas também foram socorridas.
“Na hora que você fica sabendo do acidente você espera tudo. Chegou nesse Anel, qualquer acidente você já fica com o coração na mão. Na hora que eu desci ali eu vim com o coração na mão, tremendo. Agora que eu estou mais tranquilo”, desabafou Eli.
A ocorrência aconteceu por volta das 19h40. A pista chegou a ficar duas horas totalmente interditada, começando a ser liberada por volta das 21h40. Apesar disso, o congestionamento já chegava a 5 quilômetros.
Área de escape
O acidente aconteceu a três quilômetros da entrada da área de escape. De acordo o sargento Rháldine Bernardes, da Polícia Militar Rodoviária, o motorista do caminhão percebeu que o veículo perdeu o freio e tentou desviar dos carros, sem sucesso. Ele foi submetido ao teste do etilômetro, com resultado negativo.
Em entrevista ao Estado de Minas, o motorista do caminhão, Antônio Fernandes, de 35 anos, contou que, ao perceber que o freio não estava funcionando, tentou desviar dos veículos. “Tinha um caminhão na minha frente. Para não bater, eu joguei pra fora, na esquerda, aí acertei um carro, que bateu em outro e capotou”, explica o trabalhador que, como alternativa, diz ter puxado o freio de mão.
Ele confirmou que a perda dos freios aconteceu depois da área de escape. A distância entre o equipamento de segurança e o local em que o veículo de carga conseguiu parar foi de três quilômetros.
“Deveria ter outra [área de escape] mais abaixo. É algo urgente. Quando desci [do veículo], vi uma criancinha dentro de um dos carros, mas ela estava bem. Fiquei aliviado. Graças a Deus deu tudo certo, mas é uma via que dá medo”, disse o profissional, aliviado.