O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou 27 pessoas por envolvimento em pirâmide financeira em Unaí, cidade da Região Noroeste do estado. O grupo é acusado de estelionato, crime contra a economia popular, gestão fraudulenta e organização criminosa ao captar recursos financeiros sob a promessa de lucros exorbitantes.
Ao todo, o MPMG identificou 98 vítimas das empresas Embaixador Investimentos e Embaixador Bank. Em maio de 2022, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Polícia Civil, deflagrou a operação Mercadores do Templo. Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva em Unaí, Belo Horizonte, Contagem, Guanhães, Belém (PA) e Brasília (DF).
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Operação mira grupo religioso em Minas por suposto esquema de pirâmideMG: cantora gospel Izabela Cristy é acusada de manter esquema de pirâmideGaeco deflagra operação contra esquema milionário de pirâmide financeiraNa denúncia, o MP pede a prisão preventiva de quatro denunciados - inclusive do líder do grupo criminoso, conhecido como embaixador -, além da alienação antecipada de bens apreendidos e da liquidação das criptomoedas apreendidas. O quarteto é suspeito de atrapalhar as investigações por intimidar testemunhas e outras pessoas ligadas ao processo.
Como funcionava
De acordo com a investigação, os integrantes da organização criminosa usavam a fé como principal meio de obter investidores para os supostos serviços financeiros que ofereciam.
O chefe do grupo, inclusive, apresentava-se como “homem de Deus”, honesto e de conduta ilibada. Com sua oratória afiada e citação de passagens bíblicas, jargões de cunho religioso e músicas gospel, ele conseguia ludibriar as vítimas, convencendo-as a colocar as respectivas economias na pirâmide.
Para convencer as vítimas, as empresas do grupo criminoso ofereciam serviços financeiros de altíssima - mas ilusória - rentabilidade, sob a promessa de juros remuneratórios de 8,33% ao mês para pessoa física e de 10% ao mês para pessoa jurídica.
Contudo, conforme apurou-se durante as investigações, a forma de atuação dos denunciados se assemelha ao modo de agir de grandes organizações criminosas responsáveis por delitos altamente complexos, conhecidos como “Esquemas Ponzi” ou pirâmides financeiras.