O agente penitenciário, Anderson Barbosa de Siqueira, suspeito de matar o estudante de Turismo, Gabriel Ângelo Oliveira Araújo, de 26 anos, vai responder por dois homicídios: um consumado e outro tentado.
Segundo o delegado Marcos Rios, o homem, que se entregou à polícia na terça-feira (22/8), ficou em silêncio durante o depoimento, apesar de “ter tentado esboçar certo arrependimento”.
Ainda de acordo com o delegado, a possível arma do crime, encontrada na casa do suspeito, está regularizada, é registrada no nome dele e de uso pessoal.
O inquérito ainda não foi finalizado, faltam alguns laudos ficarem prontos. “Todas as informações colhidas no inquérito, até o momento, apontam para a autoria recaindo no investigado. Faltam apenas alguns detalhes para o inquérito ser remetido para à justiça concluído, com indiciamento.”
De acordo com o delegado, as câmeras de segurança foram essenciais para o esclarecimento do crime. “Elas conseguiram captar, desde o atropelamento do cachorro, a chegada das vítimas até o local do crime, a chegada do investigado e a execução, com detalhes.”
Ficha criminal
O suspeito de cometer o crime tem uma extensa ficha criminal. Ele possui 27 passagens pela polícia, sendo sete ainda em aberto. A maior parte dos crimes está ligada à violência e agressões contra a ex-mulher. A defesa do homem alega que ele seria inimputável.
O delegado explica que a condição deve ser constatada pelo juiz após um laudo pericial específico para determinar a inimputabilidade. “Ele (laudo) vai determinar se, no momento do fato, a pessoa teria capacidade ou não de entender o caráter ilícito do seu comportamento. Mas, pelos nossos levantamentos, o indiciamento não terá esse reconhecimento.”
Rios foi questionado sobre um homem com esse histórico ter uma arma registrada em seu nome. “É um caso a se considerar, já que para se ter registro de arma de fogo é preciso cumprir uma série de requisitos e, certamente, um deles é a idoneidade e capacidade psíquica compatível.”
A Polícia Civil ainda aguarda os laudos de necropsia, que vai determinar as lesões sofridas pela vítima; perinecroscópico, feito no local do crime e o de microcomparação balística, que vai determinar se a arma apreendida foi usada no crime.
Relembre o caso
Gabriel foi morto no dia 6 de agosto depois de um atropelamento de cachorro no bairro São Pedro, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com boletim de ocorrência, o primo da vítima contou que estava dirigindo um carro Volkswagen Fox, com a mãe e a vítima como passageiros. Na altura da rua José Cassimiro Nogueira, ele afirmou que atropelou um cachorro que entrou de forma repentina na rua.
Quando o trio voltou para casa, um motociclista se aproximou do imóvel e questionou quem havia atropelado o cachorro. Antes de receber uma resposta, o suspeito atirou. A tia da vítima contou à polícia que estava no banheiro quando escutou os disparos e o grito de socorro do sobrinho. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital São Judas Tadeu, mas morreu durante cirurgia.
A perícia da Polícia Civil foi acionada e recolheu 10 cápsulas deflagradas no local do crime. A janela da sala e a fachada da casa foram danificadas devido aos disparos. A Polícia Militar localizou câmeras de segurança na região que flagraram a ação do suspeito. Depois de atirar, ele fugiu em direção ao centro de Ribeirão das Neves.