Os sócios da 123 Milhas, os irmãos Ramiro e Augusto Júlio Soares Madureira, faltaram pela segunda vez a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Pirâmides Financeiras nesta quarta-feira (30/8). O presidente da CPI deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) afirmou que vai requerer a condução coercitiva dos empresários.
"Caso os depoentes se eximam de comparecer novamente, não restará alternativa a esta CPI que não seja requerer a condução coercitiva, pois como foi frisado no voto da eminente ministra [Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF)] eles têm um dever de comparecer", afirmou Ribeiro. Ele citou uma decisão da ministra Cármen Lúcia, tomada nessa segunda-feira (28/8), que determinava que eles comparecessem a comissão, mas com o direito de permanecer em silêncio.
Os irmãos alegaram que no momento em que ocorreu a sessão eles tinham uma agenda com o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA). A reunião não consta na agenda pública de Sabino.
Na última terça-feira (29/8), eles também faltaram a comissão argumentando que não haviam sido formalmente convocados. No mesmo dia, a empresa pediu recuperação judicial e declarou ter dívidas da ordem de R$ 2,3 bilhões. Se o processo de falência for aceito, os clientes podem ser os últimos a serem ressarcidos
Em 18 de agosto, a empresa suspendeu as emissões de passagens e pacotes da linha Promo123Milhas, que tinha datas flexíveis para viagens, com previsão para ocorrer entre setembro e dezembro deste ano.
No requerimento, a CPI alega estar preocupada "de que o caso da 123 Milhas esteja configurado como esquema de pirâmide financeira" e que "a venda dos pacotes de viagem era feita sem que houvesse qualquer compromisso de arcar com a responsabilidade junto a seus clientes".
Nos últimos dias a empresa também demitiu funcionários em meio a crise.
*Com informações da Agência Câmara e Folhapress