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Estado de Minas EM CONTAGEM

Mulher quilombola denuncia racismo sofrido durante partida de futebol

A suspeita do crime teria dito "cala a boca sua neguinha, Zumbi dos Palmares"


04/09/2023 17:39 - atualizado 04/09/2023 17:40
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mulher mexendo no celular
Renata Silva Vieira, de 36 anos, denunciou o caso na Polícia Civil (foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal )
Uma integrante da Comunidade Quilombola dos Arturos denuncia ter sido vítima de racismo durante uma partida de futebol do Camarões Esporte Clube, time amador de Contagem. O caso aconteceu na tarde desse domingo (3/9), no bairro Amazonas. 

Segundo a estudante Renata Silva Vieira, de 36 anos, que também é presidente do time, os torcedores estavam cantando na arquibancada e mandando mensagem de apoio aos jogadores, quando uma mulher, do time contrário, começou a gritar "cala a boca". 

A suspeita, então, continuou a gritar e fez os xingamentos racistas, "cala a boca sua neguinha, Zumbi dos Palmares". 

"Ela gritou sem temer nenhuma represália. Na hora, fiquei com um sentimento de tristeza, revolta e dor. Essas falas tendem a nos ferir e, ainda hoje, estou assimilando o ocorrido. Passei o dia ouvindo o grito dela na minha cabeça", desabafa Renata. 

Uma viatura da Guarda Civil Municipal estava próxima ao local e acompanhou ambas para fazer o boletim de ocorrência. Em nota, a Polícia Civil informou que a suspeita, de 27 anos, foi conduzida e ouvida por meio da Central Estadual do Plantão Digital.

Mas, após os procedimentos, foi liberada por 'não haver indícios suficientes que confirmassem a intenção da suspeita de praticar o crime de injúria'. O caso segue sendo investigado. 

A Superintendência de Política para a Promoção da Igualdade Racial de Contagem acompanhou o caso e deu suporte para a vítima na delegacia. Na tarde desta segunda (4/9), Renata fez uma representação no Ministério Público de Minas Gerais, acompanhada do Superintendente. 
A Prefeitura de Contagem informou, também por meio de nota, que a Superintendência desenvolve ações e campanhas de acordo com Plano Municipal de Igualdade Racial (PLAMPIR), Lei 4.812/2016, e o Programa "Contagem na Década Afrodescendente: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento", em enfrentamento ao racismo e à intolerância religiosa no município. 

Entre setembro de 2021 e junho de 2023, foram atendidos cinco casos de racismo e quatro casos de intolerância religiosa. Para o atendimento, o procedimento adotado é: a escuta, o registro, as orientações e os encaminhamentos para outros órgãos de proteção ao cidadão, além do acompanhamento. 

O Quilombo dos Arturos publicou uma nota de repúdio ao ato.


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