Jornal Estado de Minas

DESPEDIDA

Cachorro morto é deixado em caixa em frente a altar no Grajaú

Uma caixa com um recado e um terço em cima, ao pé de imagens de santos católicos, intrigou os moradores que utilizam a praça Dom Bosco, no bairro Grajaú, na região Oeste de Belo Horizonte. Com muitas moscas ao redor, um papel estampado na caixa faz um apelo à Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), com os dizeres: “Cãozinho morto em 31/8. SLU, gentileza coletar”. 





A praça é cercada de prédios residenciais e tem grande movimentação de crianças. Diego Araújo, de 38 anos, é morador da região e passeava com o seu cachorro no local. Ele contou que, por volta das 17h30 a movimentação é ainda maior, já que as aulas das crianças que estudam em uma escola próxima acabam.
Ele diz que “ninguém sabe quem colocou ali”, e completa falando que “se foi velório ou alguma coisa assim, foi mais à noite, porque ninguém viu”. Diego diz que também não viu se algum funcionário da Superintendência de Limpeza Urbana ou de outro setor da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) esteve no local.

Um profissional de educação física que dá aulas na praça, conhecido por lá como Montanha Personal, disse que cachorro perdido não fica largado (foto: Tulio Santos/EM/D.A.Press)
As especulações de quem frequenta a praça Dom Bosco envolvem a presença de uma Organização Não Governamental (ONG) no entorno. Um profissional de educação física que dá aulas na praça, conhecido por lá como Montanha Personal, disse que “cachorro perdido aqui não fica largado, não”.





De acordo com ele, “tem as meninas aqui que cuidam de cachorro perdido, dão banho, fazem castração. A turma aqui é bacana”. Na opinião de Montanha, “isso aí é gente que deixa porque já sabe que tem a ONG e as meninas cuidam”, e ele conta que não é a primeira vez que ele vê isso acontecer: “outras vezes já enterraram perto da árvore”.
ítalo Santana, de 30 anos, trabalha próximo ao local e confirma que por lá existem muitos cachorros de rua, que passam para comer e beber água (foto: Tulio Santos/EM/D.A.Press)
Ítalo Santana, de 30 anos, trabalha próximo ao local e confirma que por lá existem muitos cachorros de rua, que passam para comer e beber água. Ele, por outro lado, diz que é a primeira vez que vê isso acontecer, e acrescenta que “isso aí deve ter sido no domingo, porque a gente não viu, não”.

Procurada, a SLU informou que não foi acionada para recolhimento do animal e que irá recolhê-lo o mais rápido possível.

Para onde vão os animais mortos?

Quando o animal morre em casa, a orientação é que ele seja deixado em um saco plástico ou em caixa de papelão, para que seja descartado no dia e horário da coleta domiciliar no endereço em que estiver (foto: Tulio Santos/EM/D.A.Press)
De acordo com a PBH, os animais mortos recolhidos pela SLU são encaminhados para o aterro sanitário de Macaúbas, em Sabará. Quando o animal morre em casa, a orientação é que ele seja deixado em um saco plástico ou em caixa de papelão, para que seja descartado no dia e horário da coleta domiciliar no endereço em que estiver. Se não houver coleta no dia, deve-se solicitar a remoção do animal pelo PBH App ou diretamente no Portal de Serviços.