A antiga área industrial da Mina de Morro Velho, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ganha um capítulo especial e mais diversificado em sua história, de olho no desenvolvimento. Fechado em 2003, após a exploração de ouro iniciada em 1834, o espaço que foi destaque na economia das Gerais vai sediar o projeto "Nova Vila". O objetivo é valorizar o patrimônio histórico-cultural, incluindo o Museu de Território e dar novo significado à área de mineração, desativada, com 260 mil metros quadrados. Do total, 25% são destinados a corredores ecológicos e áreas de preservação de Mata Atlântica.
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O investimento privado, da AngloGold Ashanti e Concreto, é de R$ 300 milhões. "Não há dinheiro público envolvido", disse o vice-governador.
Potencial
Durante a solenidade, o vice-governador destacou o potencial do empreendimento para a transformação da vida das pessoas que vivem em Nova Lima e região. “O compromisso da empresa com a construção do Nova Vila é de geração de cerca de 350 empregos temporários diretos e outros 600 indiretos. Além disso, para os três primeiros anos de operação, a expectativa é que mais de 260 postos de trabalho sejam criados permanentemente”, lista.
Já o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, destacou a relevância do projeto para o estado. “É inegável a importância econômica da mineração para Minas. Assim, o fim de um ciclo de atividade minerária precisa devolver para a população áreas revitalizadas do ponto de vista social e ambiental. Acreditamos que essa iniciativa vai materializar esse compromisso”, diz.
Preservação
Segundo os empreendedores, o "Nova Vila" prevê a revitalização de mais de 19,6 mil metros quadrados de estruturas históricas. Também conjuga a valorização do patrimônio, preservação ambiental e a inovação, com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território. Atualmente, o projeto está em processo de licenciamento junto aos órgãos de patrimônio e ambientais e tem sido amplamente apresentado a representantes da sociedade civil, comunidades, associações e instituições.
Na avaliação do diretor de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Othon Maia, o "Nova Vila" é uma iniciativa da empresa para a construção de um legado sustentável e efetivo para a comunidade de Nova Lima. “O 'Nova Vila' representa um exemplo único de fechamento de mina com geração de valores sustentáveis em Minas e no Brasil. Ao mesmo tempo em que permite um novo uso a uma área industrial desativada, oferece lazer, promove o resgate e preservação da memória, valoriza a cultura, e favorece o desenvolvimento socioeconômico”, afirma Maia.
Entre os diferenciais do projeto, estão também o baixo impacto ambiental e a construção de uma nova via de 2 quilômetros de extensão e de uma ciclovia para melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima. A partir do "Nova Vila", passará a haver duas alternativas de escoamento da parte baixa da cidade para chegar ao Centro.
“Sabemos da importância que essa área tem para Nova Lima, e por isso apostamos em um projeto que preserve o patrimônio histórico ali localizado, ao mesmo tempo em que ofereça uma solução de mobilidade para o trânsito da área central, e ainda seja uma área de comércio, serviços e usufruto da população. É um projeto desafiador, mas cuidaremos de todos os detalhes para que esse seja um grande ganho para o município”, destacou o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez.
Toda a obra do Nova Vila será feita de forma responsável com o patrimônio, de forma a valorizá-lo ainda mais, como explica o diretor da Concreto, Miguel Safar Filho. "O grande legado deste projeto será a integração desta área, de altíssimo valor histórico para a comunidade novalimense, realizando um resgate da memória e ressignificando seu uso para catalisar ainda mais o desenvolvimento da cidade".
Viagem histórica
Em 2003, pouco antes do fechamento de Morro Vermelho, a equipe do Estado de Minas visitou as profundezas da mina para a reportagem "Viagem ao Centro da Terra". Transportados no mesmo jeito que os trabalhadores, passando, em vagoneta, num túnel no meio da rocha, os repórteres Gustavo Werneck e Maria Clares Prates e o fotógrafo Emmanuel Pinheiro contaram a história do local, desde os primórdios, e mostraram as "entranhas" de Morro Velho.
Emoção, clima aventura, com toda segurança, e relatos de personagens que fizeram essa história, muitos vitimados por doenças decorrentes da atividade, foram destaque na reportagem. A Mina Morro Velho era, naqueles tempos, a mais profunda do mundo, com 2,4 mil metros. A equipe do EM cumpriu perto de 500m de profundidade.
Emoção, clima aventura, com toda segurança, e relatos de personagens que fizeram essa história, muitos vitimados por doenças decorrentes da atividade, foram destaque na reportagem. A Mina Morro Velho era, naqueles tempos, a mais profunda do mundo, com 2,4 mil metros. A equipe do EM cumpriu perto de 500m de profundidade.