Um advogado de Belo Horizonte participou de um leilão online, realizado no site Minas Gerais Leilões, e quando foi retirar o prêmio, que era um carro, se deu conta de que havia caído em um golpe. Ele gastou mais de R$ 31 mil e se deslocou até a cidade de Extrema, na Região Sul de Minas Gerais, onde o veículos do modelo Toyota Corolla estaria.
Luiz Cláudio Carvalho, de 63 anos, conta que o site em que foi realizado o leilão parecia confiável e apresentava o selo timbrado TJMG e de outras instituições, como o do Google, que, segundo ele, afirmavam que o endereço eletrônico era seguro. “O site é tão perfeito”, diz ele. O advogado pagou o valor para arrematar o carro no leilão e uma taxa de entrega do Toyota Corolla.
Depois que Carvalho fez uma transferência bancária no valor de R$ 31.364,98 para o negociante, não obteve mais respostas. “Depois que eu paguei, sumiu”, conta. Diante do silêncio dos envolvidos, o advogado resolveu pegar um ônibus às 21h em Belo Horizonte, rumo à cidade de Extrema, chegando no destino de madrugada. Luiz esperou até 8h na rodoviária e foi até o pátio em que estaria o veículo.
No local, ele informou ao dono do pátio o modelo e a placa do carro, e em resposta, ouviu que o carro não existia e que ele havia caído em um golpe. Depois disso, o magistrado foi direto para uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência. Agora, o advogado espera resolver o problema. “Não vou parar, porque R$ 31 mil reais é muito dinheiro. É uma questão de honra”, afirma.
O advogado participou do leilão nessa quinta-feira (31/8) e foi até Extrema no dia seguinte. Nesta terça (5/9), ele ajuizou uma ação criminal no Juizado Especial de Belo Horizonte e outra na Delegacia da Polícia Civil no Barreiro.
Nas avaliações do pátio em que ficam os veículos leiloados pelo Minas Gerais Leilões, internautas reforçam que o site aplica golpes: “É golpe! MG Leilões também é golpe!”, disparou uma mulher. Outro disse: “Esse lugar é golpe, não entregam os bens”.
Procurado pela redação do Estado de Minas, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais afirmou que “esses leilões são realizados pelo Estado - no caso, o TJMG somente encaminha a relação dos bens a serem leiloados”. O Estado, por sua vez, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG), afirmou que só realiza leilões via Sistema Eletrônico de Leilões (SELMG).
A redação do Estado de Minas procurou o site Minas Gerais Leilões por ligação telefônica, email e WhatsApp, e não obteve nenhuma resposta.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa