Noventa e sete pessoas que trabalhavam em uma fábrica de colheita de alho foram resgatadas da situação de trabalho análogo à escravidão na cidade de Rio Paranaíba, na Região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Homens, mulheres, adolescentes e uma grávida foram encontrados por agentes do Ministério Público do Trabalho (MPT-MG) no fim de agosto.
Durante o manuseio do alho, também conhecido por beneficiamento do alho, os trabalhadores tinham que cortar a rama, aparar as raízes, eliminar camadas de pele que estavam sujas, manter um tamanho específico do caule - para evitar a debulha e a invasão de patógenos - e encaixotar o vegetal. De acordo com o MPT-MG, as atividades eram feitas de forma manual, sem equipamentos de proteção individual.
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Os trabalhadores também receberam passagens para o retorno às suas cidades de origem. Uma grande parte deles tinha vindo do Maranhão, e os demais eram de outros estados ou regiões mineiras.
Operação Resgate III
Realizada durante todo o mês de agosto, em 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, a Operação Resgate III teve como resultado o resgate de 532 pessoas submetidas ao trabalho em condições análogas à escravidão. Homens, mulheres, idosos e até crianças estavam sendo explorados em segmentos econômicos como agricultura, em lavouras de café, mandioca, batata e no beneficiamento do alho; na pecuária e na produção de carvão. Neste ano, o número de resgatados no Brasil chegou a 2.077.
A operação foi empreendida pelo Grupo Especial Interinstitucional de Fiscalização Móvel (GEIFM), integrado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT); Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pela Defensoria Pública da União (DPU); Ministério Público Federal (MPF); Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).