A Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, é uma das duas instituições de ensino brasileiras finalistas do World’s Best School Prizes — ou Prêmio Melhores Escolas do Mundo (em português), criado pela organização global T4 Education e apoiado pela Fundação Lemann. Iniciado em 2022, o prêmio tem cinco categorias e, em cada uma, três escolas são selecionadas como finalistas.
Leia Mais
Caso Evellyn: mulheres foram mortas por expor suspeito de homicídioBombeiros são chamados para incêndio que atinge Parque Estadual Serra VerdeAmigos e parentes de motorista desaparecida são ouvidos pela políciaStartup mineira que lava carro com um copo de água ganha prêmioFesta na Cidade dos Profetas tem relíquia guardada por mais de dois séculosEx-ferroviário reconstrói história sobre minitrilhosCarreta tomba e interdita faixas da BR-381BH: professores da rede particular se reúnem quarta (13) para definir greveJá a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal (CE), foi contemplada na categoria “Apoiando Vidas Saudáveis”, após desenvolver atividades que estimulam a boa saúde mental dos estudantes. A instituição que ficar em primeiro lugar em cada categoria receberá US$ 50 mil — o equivalente a aproximadamente R$ 250 mil. “Ação Ambiental”, “Inovação” e “Superação de Adversidades” são as outras categorias.
Em entrevista à T4 Education, a professora da Escola Municipal Professor Edson Pisani, Floricena Estevam, dá o tom da realidade no Aglomerado da Serra. “É uma favela com mais de 100 anos. (...). E um dos grandes impactos da escola é pensar, executar ações e propor intervenções que pensem nos problemas da comunidade”, avalia.
Por mais de 100 anos, a favela do Aglomerado da Serra viveu sem a garantia de direitos básicos, como água tratada, saneamento básico e transporte. No início dos anos 2000, a região recebeu diversas obras públicas estruturantes do programa Vila Viva, que incluiu uma nova via dividindo o Aglomerado.
Em 2013, o programa propôs uma segunda fase, que incluía o alargamento da rua onde a escola está localizada e o deslocamento de muitas famílias. A escola organizou a comunidade, reuniu assinaturas e, em seguida, fez uma parceria com as faculdades de arquitetura e direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o que evitou a remoção de muitas famílias.
Porém, o programa Vila Viva acabou deixando entulhos por toda a comunidade, criando áreas perigosas e provocando o aumento de lixo, pragas e doenças, além de problemas em torno das fontes de água da comunidade. Novamente, em parceria com a UFMG, o Projeto Água na Cidade foi criado, mapeando e criando soluções para os problemas hídricos. As obras abriram uma avenida de duas faixas, o que permitiu a entrada de um ônibus na favela.
“A escola, então, em parceria com o movimento Tarifa Zero, mobilizou a comunidade, organizou reuniões, coletou mais de quatro mil assinaturas e realizou inúmeras outras ações para pressionar a prefeitura. Após dois anos de luta, foi criada a linha de ônibus que liga a favela ao metrô, gerando mais acesso à saúde, educação e emprego, garantindo o direito de ir e vir da população favelada”, detalha, em comunicado, a assessoria do Prêmio Melhores Escolas do Mundo.