Um dos indícios de que a ameaça está prestes a ocorrer, segundo a Defesa Civil Estadual, é a mudança da cor da água, com maior presença de galhos e folhas no leito. Fatores climáticos como esse estiveram presentes em seis das 33 mortes nas 16 cachoeiras mais perigosas de Minas Gerais, segundo o levantamento do Estado de Minas.
Analisando relatos de testemunhas e de socorristas nas 16 cachoeiras com mais de um registro de morte, constata-se que quase um terço das vítimas estava em situações em que uma pessoa começou a se afogar e outra tentou resgatá-la pulando na água, resultando em afogamentos duplos e até triplos. Essa situação resultou em 10 óbitos entre 2018 e 2022 em Minas.
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Segundo ele, o afogamento tem três fases. “A primeira é a angústia, a pessoa tenta tudo o que pode para sobreviver. Em seguida, vem o pânico. Nesse momento, a pessoa fica irracional. É tão desesperador que um pai afoga o filho tentando sair da água para respirar. E, por fim, vem a submersão”, relata o capitão Fabrício Dalfior.
A armadilha das selfies
Outro fator que tem chamado a atenção dos socorristas nos afogamentos em cachoeiras é o hábito de tirar fotos com o celular na beira das quedas d'água. “Tem nos surpreendido a quantidade de gente se afogando em cachoeiras ao escorregar para fazer selfies. Pessoas que não sabem nadar e que geralmente manteriam distância de cachoeiras se encorajam para tirar esse tipo de foto para postar em redes sociais”, alerta o oficial dos bombeiros.
Quedas d'água com condições adversas, como correntezas fortes, redemoinhos e pedras instáveis ou escorregadias mataram cinco pessoas no período avaliado pelo EM. O mesmo número de vítimas não sabia nadar e caiu nas águas ou entrou na cachoeira e se afogou, mesmo quantitativo de óbitos que vitimaram quem tentou atravessar as formações e não conseguiu por cansaço, câimbras, falta de força ou técnica. No período foram duas mortes de pessoas que passaram mal em quedas d'água em Minas Gerais.