Belo Horizonte recebeu nesta sexta-feira (22/9) dez estações de bicicletas elétricas compartilhadas. O evento de inauguração aconteceu na estação de bicicletas da Avenida Olegário Maciel. As outras nove estações também estão espalhadas localizadas no Centro de BH (confira os locais abaixo).
A promessa é que BH receba ao todo 50 estações de bicicletas elétricas compartilhas, que serão implantadas até o final do ano, na orla da Pampulha e Região Centro-Sul da capital mineira. De início serão 100 bicicletas disponíveis para a população, mas o número vai aumentar com a instalação das novas estações.
É o que afirma Maurício Villar, sócio fundador da Tembici, empresa à frente do projeto. “Serão 500 bicicletas elétricas que a população vai poder usar para se locomover, para usar como lazer, no transporte do dia a dia. Ela traz facilidade no deslocamento, a gente sabe a realidade, de como é BH, cheia de morro e muitas subidas”, diz.
Confira os locais das estações de bicicletas elétricas compartilhadas:
- R. dos Caetés, oposto ao n° 367
- R. Rio de Janeiro, oposto ao n° 286
- R. dos Carijós. n° 767
- R. dos Tupinambás, n° 462
- R. Rio de Janeiro, n° 755
- R. Santa Catarina, n° 312
- R. Padre Belchior. n° 312
- Av. Augusto de Lima, n° 1.056
- Av. Olegário Maciel, n° 1353
- R. São Paulo, n° 1.616
Como funciona a bicicleta
Maurício explica como funciona a bicicleta. “Ela não é motorizada, no sentido de aceleração, mas ela tem um pedal assistido. Quando você pedala ela sente a força que o ciclista está fazendo e compensa essa força com o motor elétrico. Isso faz com que, na subida, o ciclista sente que está em uma reta”, compartilha.
A empresa já opera nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Buenos Aires, Santiago e Bogotá, mas disse que as bicicletas de BH têm a tecnologia mais avançada da Tembici.
“Ele tem uma autonomia das bikes elétricas maior; a roda tem o raio rígido e isso diminui a manutenção. O sistema de transmissão em vez de corrente normal, utiliza uma correia dentada. São características que deixam a bicicleta com maior qualidade e mais tempo disponível para a população usar”, finaliza.
Para utilizar as bicicletas, basta baixar o aplicativo Tembici e realizar o cadastro. Depois basta selecionar Belo Horizonte como a cidade de operação, adquirir um plano e desbloquear a bicicleta por meio de um QR Code.
Após a utilização, a bicicleta deve ser devolvida em uma das estações disponíveis.
Pagamentos
São duas opções que os usuários podem escolher:
- R$ 3 para retirar a bicicleta e R$ 0,20 por minuto usado.
- Assinatura mensal de R$ 24,90, que duas vezes por dia, o usuário não paga para retirar a bike e a redução para R$ 0,10 no minuto usado.
BHTrans comemora
A presidente da BHTrans, Júlia Gallo, destaca que a ação é importante para a mobilidade na cidade, porque no Centro passam um milhão de pessoas todos os dias. “É uma oportunidade para as pessoas que querem se locomover de forma sustentável e diferente. É bom para todo mundo, para quem anda de bicicleta, quem está dentro do ônibus, do carro, para os pedestres”, afirma.
Ela recomenda que os usuários tenham cuidado dobrado equipamento de segurança. “Utilize o capacete, ande nas ciclovias e a gente ainda tem algumas faixas de mobilidade compartilhada, como por exemplo, aqui embaixo na Praça Raul Soares”, diz.
A presidente diz que a BHTrans irá estudar se serão instaladas estações de bicicletas compartilhadas em outras regiões de BH, mas vai depender da questão de mobilidade e demanda. Ela lembra que Venda Nova já conta com um bicicletário.
Desta vez vai dar certo?
Outras iniciativas de bicicletas compartilhadas já ocorreram na capital mineira, mas sem a adesão da população. Desta vez, Júlia acredita que a população irá aderir às bicicletas compartilhadas.
“Eu acho que a gente está num momento diferenciado e a população clama por oportunidades como essa. Então eu acredito sim que vai ser diferente. Uma iniciativa diferente dessas, que traz o pedal assistido, é uma oportunidade para experimentar e se apaixonar pela bicicleta no trânsito”, afirma.
Um dos problemas com as bicicletas compartilhadas são os casos de furtos de peças e roubos até das próprias bicicletas, mas a presidente da BHTrans diz que a segurança está mais reforçada desta vez.
“É uma parceria que a PBH tem com todas as forças de segurança, seja Guarda Municipal, Polícia militar e o COP (Centro Integrado de Operações) nosso monitoramento, que vai nos ajudar bastante para evitar e poder agir rapidamente, caso haja infelizmente, esses vandalismos”, termina.
Como foi andar na bicicleta
Bruno Biondo conta como foi a experiência de andar na bicicleta elétrica e de subir as ladeiras de Belo Horizonte. “Foi super tranquilo, logo no início, na largada, ela saiu pegando uma boa velocidade, assim, não precisei fazer nenhum esforço”, conta.
“As pessoas que estão iniciando uma atividade física podem usar tranquilamente, não requer um um condicionamento com grande preparo, porque não tem esse esforço”, recomenda.
Falta de opções de pagamento
O comerciante Silvado Júnior da Silva vende acessórios para celulares no terminal JK, próximo de uma das estações. Ele disse que as bicicletas vão ajudar ele no dia a dia. “Vou lá no Oiapoque quatro vezes durante o dia para buscar mercadoria. Para mim vai ser muito útil, vai me ajudar no trabalho”, conta.
Entretanto, quando foi no aplicativo para usar a bicicleta elétrica, na hora de realizar o pagamento, o app só aceitava cartão de crédito e Silvado Júnior não pode usar as bicicletas, porque só conseguia fazer o pagamento via PIX.
Maurício Villar, sócio fundador da Tembici, disse que como tá no início ainda só existe o modo de cartão de crédito para pagamento, mas acredita que em duas semanas outras formas, como PIX e cartão de débito, serão adicionadas.
*Estagiário com supervisão do subeditor Diogo Finelli.