Uma forte onda de calor atinge Minas Gerais e grande parte do país, em decorrência de uma amplificação de uma grande e forte massa de ar seco e quente que cobre a Região Central do Brasil e dificulta a formação de nuvens, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
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Existe risco de vida em caso de calor extremo?
Michelle Andreata: “Sim, o calor excessivo e as altas temperaturas representam um risco significativo de morte em algumas situações, especialmente quando as condições são extremas e não são tomadas medidas adequadas para proteger a saúde.
Os principais riscos de morte associados ao calor incluem o golpe de calor, que é muito mais perigoso que a insolação. Ele acontece quando a temperatura externa está alta e o corpo absorve mais calor do que consegue liberar. A temperatura corporal pode subir para 41ºC em apenas 10 ou 15 minutos, fazendo com que o organismo não consiga mais regular sua temperatura interna, gerando uma resposta inflamatória em todo o corpo. Se não for tratado imediatamente, pode levar à morte.
Pessoas que possuem condições de saúde pré-existentes também devem ficar atentas caso ocorra um agravamento desses quadros, como doenças cardíacas, pulmonares e renais. Se não for dada a devida atenção, pode colocar o paciente em risco de complicações graves e até fatais.
A desidratação extrema também pode afetar a função de órgãos específicos e, em casos extremos, pode ser fatal.”
Quais as outras consequências negativas das altas temperaturas para a saúde humana?
Michelle Andreata: “No caso da exposição prolongada a altas temperaturas pode haver risco de insolação, uma condição grave em que o corpo não consegue regular sua temperatura interna.
Pode gerar um estresse adicional no sistema cardiovascular, aumentando o risco de ataques cardíacos, especialmente em pessoas com condições cardíacas pré-existentes, além de agravar problemas respiratórios como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tornando a respiração mais difícil e outras condições médicas crônicas como diabetes e hipertensão, tornando o controle dessas condições mais desafiador.
Ele afeta a saúde mental, causando irritabilidade, estresse, insônia e até mesmo aumentando o risco de choques de calor relacionados à saúde mental e tem um efeito potencialmente mais perigoso em grupos vulneráveis como crianças e idosos”, informa."
Quais os principais sintomas a serem observados?
Michelle Andreata: "Os sintomas de superaquecimento, isolação e golpe de calor podem variar em gravidade, mas é importante estar ciente deles para tomar medidas precoces de proteção e procurar ajuda médica quando necessário. Destaco os seguintes:
Superaquecimento: sensação intensa de sede, que pode não ser facilmente aliviada pela ingestão de líquidos, transpiração profusa e contínua, sensação de fadiga extrema e fraqueza muscular, vertigem ou sensação de desmaio, contrações musculares dolorosas, especialmente nos músculos das pernas e abdômen, frequência cardíaca e respiratória aumentadas, além de desconforto gastrointestinal, incluindo náuseas e vômitos.
Insolação: A pele pode ficar quente ao toque e adquirir uma cor vermelha, o paciente tem alterações no estado mental, como confusão, interferência, irritabilidade ou mesmo delírios, dor de cabeça grave e persistente e, em casos graves, perda de consciência.
Golpe de Calor (Emergência Médica): temperatura corporal muito elevada (geralmente acima de 40°C), pele seca, quente e vermelha, em vez de suada, confusão profunda ou perda de consciência, convulsão, dificuldade em respirar, com respirações rápidas e superficiais, frequência cardíaca elevada e forte e náuseas e vômitos.
É fundamental, ao reconhecer qualquer sintoma dos mencionados acima, procurar ajuda médica para que as devidas providências e tratamentos sejam aplicados.”
Quais as recomendações para manter a saúde sob altas temperaturas?
Michelle Andreata: "A população deve seguir recomendações básicas, mas, ao mesmo tempo, muito importantes, tais como:
- Beba bastante água ao longo do dia, mesmo se não estiver com sede.
- Evite bebidas alcoólicas e com cafeína, pois podem causar desidratação.
- Evitar o contato direto com o sol especialmente durante as horas mais quentes do dia, geralmente das 10h às 16h.
- Usar roupas leves, de cores claras e soltas, além de bonés, chapéus e óculos de sol.
- Aplicar protetor solar com um fator de proteção adequado para evitar queimaduras solares.
- Usar ventiladores e janelas abertas à noite para ventilar sua casa;
- Tomar banhos frios ou usar toalhas úmidas.
- Evitar atividades físicas extenuantes.
- Estar atento às interferências e alertas de calor da sua região."
*Estagiário sob supervisão