Um empresário do setor da construção civil em Passos, no Sudoeste de Minas, acionou a Justiça por ter ficado fora de um bolão que levou R$ 22 milhões na Quina. Ela ajuizou uma ação contra um ex-militar responsável pelo grupo de apostas que, no último final de semana, levou o prêmio total da loteria. O empresário ficou fora do rateio por conta de um débito de R$ 30 com o grupo e pediu o bloqueio do prêmio, que foi negado pela Justiça.
De acordo com a versão do homem no processo, desde meados de 2019 ele participa de um grupo no Whatsapp organizado pelo ex-militar. Nele, os participantes fazem colaborações mútuas no valor semanal de R$ 60 por cota para sorteios da Caixa Econômica Federal.
“Com o aumento do número de participantes do grupo, nem sempre todos se habilitavam para as apostas semanais, sendo possível que optassem quando houvesse interesse. Com o decorrer do tempo, tornou-se habitual que alguns participantes contribuíssem com valores superiores, a fim de manterem crédito para as próximas apostas, sendo que, quando acabava o crédito, o organizador custeava o valor com recursos próprios e depois abatia o valor pago no próximo crédito depositado pelo participante”, diz um trecho do processo.
O empresário que procurou a Justiça relatou que, no dia 10 deste mês, iniciou a organização para a participação do sorteio do concurso 6243 da Quina, que seria sorteada no dia 16. O homem disse que não fez o pagamento porque, por ser “muito próximo do ex-capitão”, já havia acordado que ele sempre colocaria seu nome em todas as listas, para, depois, acertar o valor devido.
“Decorreu que a aposta do grupo foi a vencedora do prêmio de R$22.023.947,52, e embora seu nome tenha constado na lista com o débito de R$ 30, os demais ganhadores decidiram que ele não seria contemplado com a cota parte por estar em débito na listagem expedida”, explicou a juíza Aline Martins Stoianov, na decisão que indeferiu o pedido do empresário.
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A magistrada negou o pedido de bloqueio do prêmio “porque, habitualmente, os jogos de apostas são efetuados mediante pagamento prévio, principalmente em modalidades de sorteio, dada a própria dinâmica de risco envolvida”.
Segundo a juíza, a prova apresentada "não é suficiente". Ela acrescenta que, diferentemente do que foi dito pelo empresário, o nome do autor da ação na planilha não indicava "qualquer número de cota, constando apenas o débito no valor de R$ 30".
A lista de 40 vencedores é composta majoritariamente por ex-policiais militares de diversas patentes, como cabo, sargento, subtenente, tenente, capitão e major. O empresário ficou de fora pelo débito de R$ 30. Uma mulher de BH também perdeu a cota dos R$ 22 milhões acertados na Quina porque só tinha R$ 10 de crédito.
Apesar de negar o pedido inicial, a juíza marcou uma audiência de conciliação entre o empresário e o ex-capitão da polícia, em data ainda a ser definida.