Jornal Estado de Minas

LEVANTAMENTO

Minas registra neste ano 93% do total de mortes por afogamentos de 2022

Faltando apenas três meses para encerrar o ano, o Corpo de Bombeiros contabiliza 241 mortes em decorrência de afogamentos em Minas Gerais, sendo que, em 2022, o quantitativo — considerando um acréscimo de 18 casos — foi de 259 óbitos. Com isso, o estado registra neste ano 93% do total de mortes por afogamentos de 2022. Além disso, as altas temperaturas acendem o alerta para a possibilidade de afogamentos, já que o calor acaba sendo um convite para banhos de piscina, mar e em cachoeiras, por exemplo. 




 
Apesar da tendência de aumento de óbitos em números totais para este ano, um comparativo entre os dois últimos períodos de janeiro a julho apontava uma estabilidade: 170 mortes no ano passado e 171 registros neste ano. Até o fechamento desta publicação, a corporação ainda não tinha dados consolidados considerando agosto deste ano para comparativo com o mesmo intervalo em 2022. 
 
Em Belo Horizonte, o balanço aponta uma alta incidência de crianças como vítimas: 21,35% têm entre 1 e 9 anos. Por outro lado, 43,75% delas estão registradas como turistas ou classificadas no sistema da corporação como “residência não identificada”. Os números consideram todo o quantitativo desde janeiro de 2022. 

 
No mesmo período, jovens e adultos, entre 20 e 49 anos, representam 39,7% do total de mortes na capital mineira. Considerando as vítimas em todo o estado para essa mesma faixa etária, o percentual sobe para 50,87%. Outro dado que chama atenção é que a maioria das mortes foi de homens: 85,43%. 




 
Vale dizer que 28,25% das vítimas em todo o estado eram turistas. O percentual, porém, vai a 81,25% no município de Felixlândia, na Região Central de Minas, que é banhado pela represa de Três Marias — cartão-postal da cidade de mesmo nome onde há prática de esportes náuticos. 
 
Conhecido como “Mar de Minas”, o reservatório é composto por 21 bilhões de metros cúbicos de água e 1.040 quilômetros quadrados de superfície, sendo resultado do represamento das águas do Rio São Francisco para produzir energia elétrica.
 

Mapeamento de áreas mais críticas

O Corpo de Bombeiros explica que o setor técnico calcula a taxa de mortes por afogamento de cada município e área de atuação das unidades operacionais. “A partir desses dados, a corporação monta o planejamento do atendimento respeitando as particularidades de cada região do estado. Além disso, trabalha ações de prevenção contínuas como os projetos Prodinata, Golfinho e Primeiros Socorros, todos voltados para treinar as comunidades”, explica a corporação, em nota. 




 

Onda de calor

Os dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros são disponibilizados em momento estratégico, tendo em vista a onda de calor que já atinge o país, e, com isso, é esperado nesse período um aumento do número de pessoas que vão nadar em diversas localidades. 
 
Os alertas emitidos pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) indicam que as temperaturas poderão chegar a 39ºC em algumas regiões do estado. Nessa toada, os termômetros em BH marcaram na quinta-feira da semana passada (14/9) 34,3ºC. A temperatura é a mesma registrada em 24 de agosto, quando a capital bateu recorde de calor neste ano. 
 

Corpo de Bombeiros alerta:

  • Observe a placa de sinalização e evite nadar em locais desconhecidos
  • Nunca salte de locais elevados para dentro da água, sobretudo em piscinas nas quais não é possível ver a profundidade real
  • Não deixe as crianças nadarem sozinhas, seja qual for o local
  • Não tente, sem o devido treinamento, salvar pessoas que estejam se afogando
  • Evite nadar se tiver feito uso de bebida alcoólica
  • Evite brincadeiras como 'caldos'