Jornal Estado de Minas

UMA NOVA ESPERANÇA

Transplante de pulmão é retomado em Minas depois de quase dez anos

Em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira (27/9) a retomada do serviço de transplante de pulmão no estado depois de nove anos suspenso. As doações já podem ser realizadas, basta existir a compatibilidade entre o doador e o paciente que irá receber o pulmão.




 
O anúncio foi feito no Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e contou com a presença do secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, que comemora a retomada. 
 
“Até então, os transplantes, a maior parte iam para São Paulo, chegando ir até para o Rio Grande do Sul. Agora vai ser diferente, o estado de Minas faz o transplante e nós vamos começar a receber pacientes do Centro-Oeste e também do Espírito Santo. Então, ao invés da gente mandar pacientes para fora, iremos receber”, afirma.
 
O secretário disse que os esforços em conjunto do estado, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o Hospital das Clínicas (HC) foram fundamentais para a retomada do transplante de pulmão. Serão cerca de dez milhões de reais de recursos destinados para o estado, uma parte desse para as equipes intra-hospitalares de captação e a outra parte vinculado aos transplantes.




 
“Avise, comunique a sua família, seja nesse final de semana, num jantar ou num almoço que você é um doador. A gente tem uma taxa de recruta de mais de quarenta por cento na doação e precisamos garantir mais doação. Por isso, o grande ponto nosso é aumentar a captação de órgãos”, termina. 

Doar órgãos é fundamental 

Omar Lopes Cançado Júnior, Diretor do MG Transplantes, compartilhou que nesse período de nove anos, eles estimaram que poderiam ter sido transplantados de 20 a 30 pulmões por ano. 
 
“Hoje é um dia espetacular, eu fico até emocionado porque isso é uma coisa que nós temos lutado há vários anos, e finalmente agora nós estamos conseguindo. Tínhamos que mandar esse paciente para fora do estado, e às vezes, isso é uma coisa que é extremamente difícil. Esses pacientes são extremamente graves e a maior parte deles acabam falecendo antes de conseguir ser transplantado ou antes de conseguir ser avaliado por uma equipe fora do estado”, ressalta.




Como o secretário da saúde, Omar Lopes também destaca a importância do aumento do número de doadores, que só assim é possível diminuir a fila de transplantes em Minas. “Quanto mais doadores a gente tiver, mais gente conseguimos salvar. Então, quanto menos tempo a pessoa fica na fila, menos a chance da pessoa morrer esperando aquele órgão. Temos que trabalhar para aumentar a doação”, fala.
 
Além disso, o diretor aponta que estão sendo realizados cursos de capacitação proporcionais da área de saúde, para identificar o doador, tratar ele de forma adequada para gente poder aproveitar o maior número de órgãos possíveis. “Um único doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de dez ou mais pessoas que estão esperando”, conclui. 

Hospital das Clínicas será importante

O Secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda, diz que o Hospital das Clínicas será fundamental nesse processo, que formas profissionais da saúde para todo o estado. Ele diz que o Governo irá aumentar os recursos para a instituição de saúde.




 
“Eu gostaria que a gente agora no mês de outubro fizesse as negociações, as avaliações, tramitasse os documentos e publicasse. A Nísia Trindade (Ministra da Saúde do Brasil) já está sabendo disso, para termos os novos recursos”, afirma. 
 
O secretário diz que o HC tem que voltar a ser uma referência. "O hospital ficou muito prejudicado na última gestão da EBSERH. Ele voltará a ser um exemplo nacional, é também um dos melhores hospitais universitários do Brasil, dos 41 que a EBSERH administra", finaliza.