Um professor que leciona filosofia na Escola Estadual Doutor João Pinheiro, em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, foi afastado do cargo na última segunda-feira (25/8). Ele é suspeito de enviar mensagens a um aluno de 15 anos com conteúdo inadequado e vocabulário inapropriado.
Leia Mais
Cidades mineiras ainda são as mais quentes do país, mas chuva traz alívioTravesti é agredida e baleada em confusão durante festa em BHMG: Homem morre ao cair e ficar preso dentro de triturador de pedrasBibliotecário é suspeito de assediar alunas em escola de ContagemDupla é presa por receber envelope com dinheiro falsoUm espaço de cultura pra chamar de seuMG: influencer e outras oito pessoas são condenados por lavagem de dinheiroVídeo: mineiros surpreendem ao enfrentar calor com piscina em caminhoneteVenda Nova registra em 2h quase metade do esperado de chuva no mês em BHChefe de esquema de estelionato em venda de imóveis é preso em Santa LuziaDe acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG), o professor foi afastado das atividades pedagógicas da escola.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que recebeu a ocorrência e que o procedimento investigativo já está em andamento. A PC só vai liberar mais informações após a conclusão do inquérito.
'Presunto do meu sanduíche'
O Estado de Minas teve acesso ao Boletim de Ocorrências, registrado pela Polícia Militar no dia 25 de setembro. Nele, a corporação cita que o Conselho Tutelar recebeu prints de conversas, via aplicativo Instagram, com mensagens trocadas pelo professor de filosofia e o aluno.
As conselheiras marcaram uma reunião com os pais e com o adolescente. O menor confirmou ter trocado mensagens com o educador e disse que notou que o homem conduzia a conversa para insinuações de cunho sexual.
“Vi a foto sua peladão"; "ti acho mt gente boa, o presunto do meu sanduíche"; "vai meter seu presunto em outro pão"; "você é superior a isso, melhor presunto do mercado, tem muita gente querendo provar"; "vc tem jeito de ser bem safadinho" – essas são algumas das mensagens enviadas pelo professor ao aluno.
As mensagens foram anexadas à denúncia feita ao Conselho Tutelar. O boletim cita ainda que o aluno teria enviado ao professor a seguinte mensagem: “e o pix de 300?”. O professor, por sua vez, teria respondido que o valor estava muito caro.
As conversas teriam sido trocadas no dia 9 de setembro, um sábado. No dia seguinte, no domingo, o professor voltou a mandar mensagem ao adolescente, perguntando como ele estava, mas o menor não respondeu. Não houve mais conversas entre eles depois disso, diz a PM.
Três dias depois, na quarta-feira (13/9), o adolescente mostrou as mensagens para uma amiga, que, na companhia de outros amigos, procurou a direção da escola para relatar o ocorrido.
A mãe do adolescente relatou ainda à polícia que o filho tem sofrido bullying dentro da escola e também quando passa frente à outras escolas estaduais, onde o professor também leciona. “A Polícia Militar fez o registo da ocorrência e encaminhou para a Polícia Civil para procedimentos legais e investigação”, informou.
Nota da Polícia Civil sobre o caso
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recebeu a ocorrência envolvendo um menor, em São Gonçalo do Sapucaí, na última segunda-feira (25/9). Procedimento investigativo foi determinado, com diligências preliminares em andamento. Mais informações após a conclusão do procedimento”, disse, em nota.
Nota da Secretaria de Estado de Educação de Minas (SEE-MG)
“Sobre o ocorrido na Escola Estadual Doutor João Pinheiro, em São Gonçalo do Sapucaí, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que o servidor citado está afastado das atividades pedagógicas da unidade de ensino. A SEE/MG esclarece que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Varginha, responsável pela coordenação da escola, enviou uma equipe do Serviço de Inspeção Escolar até o local para oitivas com os envolvidos e elabora um relatório com a apuração preliminar, que será encaminhado ao Núcleo de Correição Administrativa (Nucad) da SEE/MG para avaliação de medidas cabíveis que poderão ser tomadas. A SEE/MG reforça que repudia qualquer conduta que possa ferir princípios irrevogáveis da dignidade humana, como o respeito mútuo, que deve ser cultivado de forma irrestrita nas instituições de ensino. Visamos, ainda, a construção de uma cidadania saudável a todos no ambiente escolar, além de resguardar o direito de defesa dos envolvidos. Por fim, é importante esclarecer que foi registrada uma denúncia na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG) sobre o relato e que a averiguação dos fatos no âmbito criminal cabe às autoridades competentes”.
Iago Almeida / Especial para o EM