Jornal Estado de Minas

BH

Ônibus suplementar pode perder linhas a partir de segunda-feira (2/10)


A partir desta segunda-feira (2/10), passageiros de algumas linhas dos ônibus suplementares podem ficar sem transporte, caso a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não renove o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), documento que regulariza o serviço e que vence amanhã (30/9). O impacto pode chegar a 12,4 mil passageiros por dia.



Atualmente, as linhas S20 (Palmeiras/Serra), S55 (Santa Mônica/Minas Shopping) e S85 (Minas Shopping/Santa Inês) são as mais preocupantes. Cada uma delas tem três veículos com contrato prestes a ser encerrado. Ao todo, 31 ônibus devem deixar de circular até o ano que vem e impactar 20 linhas.

O alerta é do Sindicato dos Permissionários Autônomos do Transporte Suplementar (Sindpautras). A categoria reclama, ainda, que a prefeitura não fez o chamamento do excedente, para 62 ônibus, solicitados em ofício no início do ano.

Do ano passado para cá, outros 50 ônibus também deixaram de circular depois de expirar o contrato. Hoje, o serviço opera com pouco mais de 70% do que é exigido pela licitação do serviço firmada em 2001. Com a previsão de encerramento de novos contratos até 2024, a frota de ônibus em circulação cai para 219.



O presidente do Sindpautras, Júlio César Guimarães, prevê o colapso do sistema, caso os contratos não sejam renovados. "Se perdermos essas permissões, não teremos condições de atender toda a demanda. A linha que ficar sem nenhum permissionário vai ter que parar ou pegar veículo emprestado para repor. Isso é insustentável", afirma.

Menos ônibus nas ruas


Desde a pandemia de COVID-19, são 50 coletivos a menos para atender os passageiros que usam o sistema suplementar. Licitado para operar 26 linhas com 300 ônibus, o sistema circula, hoje, com apenas 250 veículos. "Viemos arrastando um prejuízo lá de trás. Muitos não conseguiram e abandonaram o ramo. O recurso é insuficiente para manter a prestação e manutenção do serviço", avalia Guimarães.

O sistema realiza, em média, 1.672 viagens por dia. Os "amarelinhos" fazem ligação entre bairros sem passar pelo Centro da cidade, cumprindo horários e itinerários determinados pela BHTrans. "Isso é humanamente impossível. Um sistema que já não vem atendendo bem, vai ficar pior", afirma o presidente do Sindpautras.



Os coletivos amarelinhos foram implementados em 2001, como resultado alternativa para represar a grande quantidade de perueiros operando clandestinamente em Belo Horizonte, no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Na época, a Avenida Afonso Pena chegou a ser fechada durante vários protestos.

Veja as linhas afetadas: