Jornal Estado de Minas

MOBILIDADE URBANA

PBH renova permissões de trânsito e suplementares continuarão rodando

A possibilidade de que passageiros de algumas linhas dos ônibus suplementares de Belo Horizonte poderem ficar sem transporte a partir desta segunda-feira (2/10) foi suspensa. Na tarde desta sexta-feira (29/9), a Prefeitura da capital publicou portarias que renovam as permissões de trânsito e regulariza o serviço. 




Com as portarias, os contratos que venceriam até o final de 2023 foram prorrogados até 31 de janeiro de 2024. Além disso, os permissionários que estavam na lista de espera da licitação de 2016 foram convocados.  

Caso não fosse renovado, a falta de ônibus poderia impactar 12,4 mil passageiros por dia. Atualmente, as linhas S20 (Palmeiras/Serra), S55 (Santa Mônica/Minas Shopping) e S85 (Minas Shopping/Santa Inês) são as mais preocupantes. Cada uma delas tem três veículos com contrato prestes a ser encerrado. Ao todo, 31 ônibus devem deixar de circular até o ano que vem e impactar 20 linhas.

Ainda hoje, o prefeito Fuad Noman (PSD) encaminhou mensagem à Câmara Municipal com projeto de lei que anistia cerca de 90% da dívida dos permissionários da licitação de 2016. “A Prefeitura avaliou com responsabilidade as alternativas possíveis para o fortalecimento e manutenção do Sistema e segue atuando no sentido de aperfeiçoar e melhorar o transporte coletivo da cidade de Belo Horizonte”, afirmou o executivo municipal. 

Menos ônibus nas ruas

Desde a pandemia de COVID-19, são 50 coletivos a menos para atender os passageiros que usam o sistema suplementar. Licitado para operar 26 linhas com 300 ônibus, o sistema circula, hoje, com apenas 250 veículos. "Viemos arrastando um prejuízo lá de trás. Muitos não conseguiram e abandonaram o ramo. O recurso é insuficiente para manter a prestação e manutenção do serviço", avalia o presidente do Sindpautras, Júlio César Guimarães

O sistema realiza, em média, 1.672 viagens por dia. Os "amarelinhos" fazem ligação entre bairros sem passar pelo Centro da cidade, cumprindo horários e itinerários determinados pela BHTrans. "Isso é humanamente impossível. Um sistema que já não vem atendendo bem, vai ficar pior", afirma o presidente do Sindpautras.

Os coletivos amarelinhos foram implementados em 2001, como resultado alternativa para represar a grande quantidade de perueiros operando clandestinamente em Belo Horizonte, no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Na época, a Avenida Afonso Pena chegou a ser fechada durante vários protestos.