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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Instituto Terra celebra 25 anos em defesa das águas, florestas e ser humano

Programa Terra Doce, lançado neste sábado (30/9), visa recuperar nascentes na Bacia do Rio Doce


30/09/2023 16:02 - atualizado 02/10/2023 14:02
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Na foto, o casal criador do Instituto Terra, Sebastião Salgado e Lélia Salgado
Na foto, o casal criador do Instituto Terra, Sebastião Salgado e Lélia Salgado (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Aimorés – A celebração dos 25 anos do Instituto Terra, fundado pelo ambientalista e fotógrafo Sebastião Salgado em Aimorés, às margens do Rio Doce, em Minas Gerais, reafirma o compromisso com a preservação da região e a recuperação de áreas degradadas. Na manhã deste sábado (30/9), na comemoração de um quarto de século da instituição, Salgado, ao lado da mulher Lélia e do filho Juliano Salgado, lançou oficialmente o Terra Doce – um programa que conjuga resgate de nascentes em pequenas e médias propriedades, implementação de sistemas agroflorestais e iniciativas de educação ambiental e produção cultural.
 
Ver galeria . 20 Fotos Fundada pelo casal Sebastião Salgado e Lélia Salgado, a fazenda Bulcão virou área de reflorestamento há 25 anos. Hoje, após todos esses anos, a floresta renasceu e o Instituto Terra começa uma nova era com projetos voltados também para a recuperação de nascentes em toda a bacia do Rio Doce, além de apresentar o novo presidente do Instituto Terra, Juliano Salgado, filho do casal.Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
Fundada pelo casal Sebastião Salgado e Lélia Salgado, a fazenda Bulcão virou área de reflorestamento há 25 anos. Hoje, após todos esses anos, a floresta renasceu e o Instituto Terra começa uma nova era com projetos voltados também para a recuperação de nascentes em toda a bacia do Rio Doce, além de apresentar o novo presidente do Instituto Terra, Juliano Salgado, filho do casal. (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press )
 

Patrocinado pelo KfW (banco estatal alemão) e pelo WWF Brasil, o Terra Doce representa, segundo divulgou o Instituto Terra, “uma quebra de paradigma no modelo das práticas de recuperação de nascentes”. O programa traz um modelo de reflorestamento integrado à cadeia produtiva como um consórcio que une floresta, gado e lavouras para restabelecimento da frequência de chuvas na região da Bacia do Rio Doce. Com aporte financeiro de 13,1 milhões de euros, a parceria prevê a recuperação de nascentes de pequenas e médias propriedades em municípios ribeirinhos como Conselheiro Pena, Itueta, Pocrane, Resplendor e  Santa Rita do Itueto.

Será iniciada a recuperação de 4 mil nascentes ainda este ano, com previsão de termino em 2027. “No próximo trimestre, iremos impactar cerca de 2 mil pessoas com nossos programas de educação ambiental”, disse Juliano Salgado, empossado hoje como novo presidente do Instituto Terra. “Nosso objetivo é a elaboração de um projeto conjunto para recuperação de áreas degradadas nos diversos biomas brasileiros. Temos dois anos de árduo trabalho para que o documento seja apresentado na Cop-30, em 2025, em Belém (PA)”, destacou Juliano. 
 

SONHOS E REALIDADE

 
 
Anfitrião da cerimônia de comemoração dos 25 anos, Sebastião Salgado lembrou que o começo não foi difícil. “A história da humanidade foi materialização de sonhos. O homem não sabia navegar, e aprendeu a fazer um barco, uma vela, o motor. O homem não sabia voar, sonhava em voar. Então, posso dizer que o Instituto Terra é a materialização de sonhos. Temos hoje viveiro com capacidade para produzir 500 mil novas árvores por ano, trabalhamos com milhares de produtores rurais para recuperarmos milhares de nascentes”.

Ressaltando que “daqui para frente é outra história”, Sebastião Salgado afirmou que o planeta passa por um período dramático, em função do aquecimento global e do aumento da “brutal” emissão de carbono. “As empresas recebem dinheiro para reduzir a emissão de carbono, mas a demanda é cada vez maior, se produz cada vez mais. A índia, por exemplo, com 1,4 bilhão de habitantes, está entrando no grande mercado de consumo”.

EXPANSÃO

 
Também na manhã deste sábado, o Instituto Terra anunciou a expansão de sua capacidade de reflorestamento com a compra de uma área vizinha à Fazenda Bulcão. A nova propriedade de 354 hectares aumenta cerca de 40% dos limites da atual Reserva Particular do Patrimônio Natural(RPPN), que é a primeira do Brasil reconhecida a restaurar uma região totalmente degradada. 

Segundo a direção do instituto, a nova propriedade, cortada pelo córrego Chucha, tem um platô agricultável, mas se encontra degradada em sua maior parte, com acentuado aclive, “o que contribui de forma significativa para assoreamento dos córregos, problema que afeta a maioria das áreas encontradas na região”.

 
Presente ao encontro, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, destacou a importância das ações desenvolvidas, e manifestou o desejo de ter uma base do Instituto Terra em seu estado: “Vamos ajudar a adquirir dois, três alqueires para termos um viveiro de árvores brasileiras”. Casagrande falou também sobre a importâncias das bacias hidrográficas, no caso a do Rio Doce, que, mais do que as divisas entre estados e municípios, deve ser a base de planejamento.


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