Preso desde domingo (1/10) como suspeito de envolvimento no desaparecimento da motorista de aplicativo Sheilla Angelis, de 36 anos, Rafael Monteiro confessou que a matou. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu detalhes sobre o crime nesta quarta-feira (4/10), em coletiva de imprensa. Inicialmente, o órgão trabalha com a hipótese de latrocínio.
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O homem embarcou na Região Central de Divinópolis e seguiu até o Bairro Elizabete Nogueira. Lá, ele a rendeu com uma faca e a fez descer do veículo.
Ela, então, reagiu. Daí, ele tentou um golpe de asfixia. Como não conseguiu, pegou uma telha e bateu várias vezes na cabeça dela.
Mesmo ferida, ela ainda teria reagido. Com isso, ele a enforcou com uma corda até desmaiar.
Usou a mesma corda para amarrá-la, a colocou no porta-mala do carro roubado e desferiu quatro golpes de faca.
O corpo
O corpo encontrado na comunidade rural de Trindade, em Marilandia, distrito de Itapecerica, no dia 27 de setembro, ainda não foi identificado. Contudo, o suspeito confessou tê-lo deixado no local que fica a 16 quilômetros de onde ocorreu o crime.
“Ele informa que seria mesmo o corpo dela, portanto, como a polícia trabalha com serviços científicos, a confirmação vai ocorrer após exame de DNA”, afirma o delgado.
Depois de ocultar o corpo, o casal passou por São João del-Rei, no Vale das Vertentes, onde tentou efetuar uma compra com o cartão de crédito da motorista. Depois, o casal tentou passar, já no Rio de Janeiro, onde chegou por volta das 6h do dia seguinte.
Em depoimento, Rafael disse que o crime foi encomendado por uma terceira pessoa. Entretanto, não revelou nomes. Disse que ficou com cerca de R$ 3 mil que eram da motorista, além do carro. As investigações continuam para apurar envolvimento de outras pessoas.
A namorada
A polícia também investiga o envolvimento de Leticia Oliveira, namorada de Rafael.
“Ela informa que ela não teve participação nenhuma no crime, que ela não teve participação nenhuma em mandar, nenhuma participação. Então, somente tomou conhecimento quando o corpo foi ocultado, oportunidade então que ela pediu que ele se entregasse, ainda assim ele se negou a se entregar, então ela disse que o entregaria a polícia, oportunidade então que ele passou a ameaça-la caso assim fizesse”, conta Costa.
De acordo com a PCMG, Letícia não estava com o namorado no momento do assassinato. Após matar Sheilla, ele foi até a região do bairro São João de Deus. Letícia, então, solicitou uma corrida de aplicativo da casa dela até o endereço.
Ela levou três malas e também os dois gatos apreendidos no Rio de Janeiro. Ao motorista do aplicativo, ela revelou que estava de mudança para a cidade carioca.
Lá, o casal havia estabelecido residência. Ela trabalhava em um shopping em Botafogo, para o qual já prestava serviço remoto, e ele em uma loja de açaí.
Identificação do casal
A Polícia Civil identificou Rafael 48 horas após o desaparecimento de Sheilla a partir de pagamento realizado em uma praça de pedágio.
“A prisão dele foi solicitada no dia 14 de setembro e decretada pela justiça no dia 15. Foi uma prisão preventiva já que as provas levando até ele eram mais fortes, inclusive em uma das praças de pedágio, aliás em mais de uma, ele fez o pagamento com seu próprio cartão de crédito”, explica o delegado regional Flávio Destro.
As redes sociais também foram monitoradas, ajudando a identificar também a namorada. No caso dela, foi decretada prisão temporária, já que está em investigação as circunstâncias do envolvimento dela.
O casal continua preso no Rio de Janeiro. Porém, a polícia já solicitou a transferência para Divinópolis.
Eles foram detidos após uma ocorrência de maus-tratos a animais. A polícia os identificaram já na delegacia após consultar o veículo e constatar que era roubado. Em contato com a polícia de Minas Gerais, foi informado que havia mandado de prisão contra o casal.
* Amanda Quintiliano e Fabrício Salvino