Jornal Estado de Minas

Horizontes

Conhecido como "fortaleza", prédio do 1º Batalhão da PMMG passa por obras


O prédio do 1º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, patrimônio de Belo Horizonte e marco zero do bairro Santa Efigênia, na Região Leste da capital, está passando por uma reforma. Com mais de um século de existência, o telhado do edifício precisou ser completamente trocado em obras de manutenção. A reforma foi iniciada em setembro e a previsão para finalização é até o final do ano. 




 
O imponente prédio onde hoje está instalado o 1º BPM e a Praça Floriano Peixoto, antes chamada de Praça Belo Horizonte, fazem parte do projeto da Comissão Construtora da Nova Capital Mineira, delimitados pela Avenida do Contorno, Rua Manaus e Álvares Maciel. A construção do quartel foi iniciada em março de 1887, sob a responsabilidade do Conde de Santa Marinha e projetado pelo arquiteto Edgar Nascentes Coelho. Somente após dois anos do processo de edificação, o local ficou pronto para receber o chamado Primeiro Corpo Militar da Província de Minas Gerais, criado em 1890 com o objetivo de atender as demandas por segurança pública do estado. O atraso na inauguração foi resultado de um incêndio que ocorreu durante a obra e atrasou a conclusão, transformando o quartel no segundo prédio oficial a ser inaugurado na cidade, atrás apenas do Palácio da Liberdade, localizado na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de BH. 
 
Antigamente chamado de “BG”, o quartel do 1º BPM recebe também o apelido literal de “fortaleza de BH”, que leva em consideração a arquitetura do local. Isso deve-se à espessura da fachada, que tem mais de 1 metro e foi construída assim para aguentar até tiro de canhão. O objetivo da construção era não só resguardar a tropa com locais estratégicos para a defesa, mas também garantir uma resposta efetiva ao inimigo, com inúmeras claraboias dispostas em toda extensão de onde os soldados poderiam acionar as metralhadoras. A fortaleza virou patrimônio em agosto de 1984, quando o ex-governador do Estado, Tancredo Neves, assinou o documento de tombamento do conjunto arquitetônico formado pela Praça Floriano Peixoto e pelo prédio do Quartel do 1º Batalhão. Apesar de toda a preparação, o batalhão nunca foi atacado, mas, até hoje, o local chama atenção pela beleza e por fazer parte da história de Belo Horizonte.  

*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Rocha