Outros dois integrantes do grupo, sendo o irmão de "Rato", de 42, e um terceiro integrante, de 33, já tinham sido presos.
A prisão trouxe para os policiais mineiros, segundo o delegado José Luiz Quintão, uma grande surpresa. É que “Rato” já tinha sido condenado por quatro homicídios, com pena de 54 anos. Ele foi julgado em 2004; no entanto, em 2016, foi beneficiado com prisão domiciliar.
O latrocínio, pelo qual “Rato” era procurado, ocorreu em março deste ano, numa revendedora de bebidas, em Vila Velha, na Grande Vitória.
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“O crime teve requintes de crueldade, pois os três assaltantes entraram no estabelecimento e amarraram o idoso, que acabou sendo morto, e sua mulher, de 61 anos. O idoso veio a ser morto porque ficou pedindo calma para os assaltantes. E tudo foi feito na frente de sua mulher, que viu quando os ladrões deram três tiros à queima roupa”, conta o delegado Quintão.
Depois dos disparos, segundo o delegado, os três fugiram levando dinheiro, carros e mercadorias da distribuidora.
A fuga de dois dos integrantes do grupo, segundo o delegado, foi para Minas Gerais. “O homem de 33 anos, foi preso no Espírito Santo. O de 42, irmão de 'Rato', foi preso pela polícia capixaba, em Venda Nova. E agora, prendemos 'Rato', no Jardim Primavera, em Betim”, conta o dr. Quintão.
A prisão ocorreu uma semana depois do pedido feito pela polícia capixaba. “Nós fizemos um rastreamento e conseguimos identificar que ele estava numa região de sítios, em Betim. Na sexta, fomos até o Jardim Primavera e o prendemos. Ele estava tentando levar uma vida normal. Não reagiu no momento da prisão”, conta o delegado.
De volta ao passado
Ao chegar à Delegacia de Furtos e Roubos, na Rua Uberaba, Barro Preto, na Região Central de Belo Horizonte, “Rato” lembrou seu passado. Comentou que já tinha estado preso ali e também na antiga Furtos e Roubos, que funcionava na Rua Pouso Alegre, na Floresta.
Segundo o policial que teve contato com ele, “Rato” contou que estava preso quando aconteceu a chamada “Ciranda da Morte”, período em que 33 detentos foram mortos em celas e cadeias mineiras, a maioria ocorrida na Furtos e Roubos, quando presos matavam presos, buscando chamar atenção para a superlotação do local.
O noticiário com a série de mortes em cadeia publicado pelo Estado de Minas, foi, inclusive, ganhador do Prêmio Esso Regional de 1985, o maior prêmio do jornalismo brasileiro na época.
“Rato” está no Centro de Remanejamento Gameleira (Ceresp) e aguarda transferência para o Espírito Santo, onde será indiciado por latrocínio, associação criminosa e organização criminosa, que, segundo o delegado Quintão, dará um pena de cerca de 30 anos.