Embora com sentimento de alívio, Samyra Paloma Ferreira Soares, namorada de Sheilla Angelis, de 36 anos, disse que, até este domingo (8/10), ainda tinha um “pouquinho de esperança” de que a motorista de aplicativo ainda pudesse estar viva. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou que o corpo dela foi encontrado no dia 27 de setembro, na comunidade rural de Trindade, em Marilândia, distrito de Itapecerica, no Centro-Oeste mineiro.
"Ainda tinha um pouquinho de esperança. Mesmo assim, já estava conformada de que seria mesmo ela. Agora sabemos que é ela e poderemos enterrar, dar um enterro digno", disse Samyra.
Esse também é o sentimento de Gislene Sousa, amiga de Sheilla e também motorista de aplicativo. “Não tinha dúvidas que era o corpo, por causa das evidências. Estou me sentindo aliviada, porque vamos conseguir dar um enterro digno, saber onde ela vai estar. Não queríamos que tivesse acontecido. Agora que aconteceu, temos o lugar para ela ficar e descansar”, afirmou Gislene.
A família da motorista de aplicativo ainda aguarda o translado do corpo para marcar o velório. Ele está liberado no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. “Estou vendo com a Polícia Civil se ela busca, ou se será a funerária, como vamos fazer. Ainda não sabemos de nada, dia, horário”, diz Samyra.
Samyra e Gislene foram as primeiras a notar o sumiço de Sheilla. A motorista foi morta no dia 9 de setembro em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, após uma corrida particular – ou seja, fora do aplicativo – para o bairro Elisabeth Nogueira. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio.
O crime
O suspeito Rafael Monteiro confessou o crime e deu detalhes em depoimento. Ele diz que, ao chegar no destino, rendeu a motorista com uma faca e tentou um golpe para asfixiá-la. Sheilla reagiu. Ele pegou um pedaço de telha e desferiu vários golpes na cabeça dela. Já machucada, ela continuou reagindo. Monteiro pego uma corda e a enforcou até que desmaiasse.
Depois, o suspeito afirma ter colocado o corpo da vítima no porta-malas do carro dela e a esfaqueado quatro vezes nas costas. Monteiro, então, seguiu até a região do bairro São João de Deus, onde pegou a namorada, antes de ambos ocultarem o corpo e fugirem para o Rio de Janeiro.
Monteiro e a namorada, Letícia Oliveira, estão presos na capital fluminense desde o dia 1º de outubro, uma após ocorrência envolvendo maus-tratos a animais.
Ela nega participação no crime. Contudo, admitiu que estava com o namorado no momento da ocultação do corpo. Ela afirma que foi ameaçada por ele ao dizer que o entregaria para polícia.
Rafael Monteiro também alega que a matou a mando de uma terceira pessoa. As investigações da polícia continuam, para identificar se há mais envolvidos no crime.