Um bairro inteiro tomado por cores que representam a brasilidade. É assim que o Esplanada, na Região Norte de Juiz de Fora, passou a ser conhecido desde o último sábado (7/10), quando foi lançado oficialmente o macro mural feito na região.
O macro mural é a pintura de dezenas de casas. No caso do Esplanada, 90 imóveis foram pintados, impactando diretamente cerca de 450 moradores. Parte do bairro se desenvolveu sobre uma pedreira, tendo apenas um escadão como forma de acesso às casas.
O programa, intitulado “Colorindo o Habitar”, foi lançado em 2022. Com recursos próprios, a prefeitura de Juiz de Fora contratou o artista juiz-forano Felipe Lourenço Rosa, conhecido como Stein, para coordenar a pintura. Outros seis artistas locais deixaram seus traços e sua arte no macro mural.
“Minha linha artística atravessa entre o graffiti Old School e New School, passando também em estilos mais clássicos. Minhas inspirações são diversas, mas muitas delas estão ligadas à periferia, costumes e identidade brasileira. Além disso, muitas inspirações vêm da natureza e de cores vibrantes”, explicou Stein.
Para o compositor e morador do bairro, Marley Rodrigues, o clima mudou desde que as pinturas começaram. “Quando eu passava lá embaixo no asfalto, ouvia o pessoal falando ‘poxa, tô encantada com aquele visual’. Falei ‘ah, isso vai dar samba!’. O visual tá aí, para todo mundo ver. A favela venceu”, destacou o morador.
A prefeita Margarida Salomão (PT) coloca o macro mural do Esplanada como o maior do Brasil. E diz que através da arte é possível que os moradores passem a viver melhor.
“É uma nova forma de participação popular e é muito importante para nós que amamos a democracia. Eu quero dizer que aqui o artista é o povo. É o povo que cria a beleza”, destacou Margarida.
Segundo a prefeitura de Juiz de Fora, ainda há pequenos detalhes a serem feitos para que a obra fique completa, como a revitalização do escadão que dá acesso a essa parte do bairro. Além disso, projetos sociais estão sendo desenvolvidos na região.
“É um trabalho de quase dois anos e que traz muito mais do que cores para a comunidade. É um projeto social, econômico, cultural e que muda a infraestrutura do espaço”, finalizou a secretária de governo, Cidinha Louzada.