A obra da nova unidade do Verdemar, no Belvedere, Região Centro-Sul de BH, onde quatro operários morreram soterrados, na manhã desta terça-feira (17/10), foi interditada preventivamente pela Defesa Civil. O órgão esteve no local e constatou risco de novos deslizamentos.
O barranco da obra desabou nesta manhã enquanto funcionários faziam uma obra de sustentação na estrutura. "Foi um acidente de trabalho. Aparentemente não há nada irregular. Há risco de novos deslizamentos, considerando que o terreno está ainda em estado de vulnerabilidade", declarou Marcos Vinicius Vitório, agente de proteção da Defesa Civil.
Segundo o órgão, os responsáveis foram notificados para providenciar medidas de segurança e mitigação dos riscos. A obra, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, estava regular e tem alvará ativo.
Funcionários ouvidos pelo Estado de Minas relatam ter percebido uma trinca na base da estrutura que pode ter levado ao acidente. A informação foi confirmada pela Defesa Civil em conversa com o EM. "Segundo o técnico de segurança, a trinca no terreno foi percebida nesta manhã. Quando foram fazer a contenção do talude, ele movimentou o maciço e desabou", disse Vitório.
A causa do acidente, no entanto, ainda será apurada pela Polícia Civil. Ao todo, quatro pessoas morreram soterradas após o desabamento: engenheira da obra, Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, Rafael Pereira Barbosa, 35, Roberto Mauro da Silva, 55, e Zacarias Evangelista Fonseca, de 59 anos.
Um funcionário, de 23 anos, foi socorrido com uma das pernas quebradas e levado para o hospital Odilon Behrens.
O acidente
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o barranco desabou por volta das 8h, no momento em que funcionários faziam uma obra de sustentação da estrutura. Além da terra, havia muito minério de ferro, o que dificultou ainda mais o salvamento.
No local, era construída uma unidade do supermercado Verdemar. "Estava sendo feito um trabalho de fundação em um talude em 90 graus, sem escoramento. O terreno cedeu e soterrou os operários", explicou o tenente Felipe Biasebetti, do Corpo de Bombeiros.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deslocou ao local para realização dos primeiros levantamentos. O rabecão fez a remoção dos corpos das vítimas.