Admilson de Paula Souza, primo do operário, lamentou a tragédia. “Era um rapaz muito novo, alegre e trabalhava há anos lá (na construtora)”, afirma.
A família do trabalhador soube do acidente por uma parente, que também é funcionária na obra e viu o deslizamento. “Minha namorada trabalha na parte de escritório e, assim que terra desceu, ela me ligou chorando. Toda a família soube no momento e a irmã dele compareceu no local. O Samu tentou reanimação, mas ele não resistiu", conta Admilson.
Na obra, ele era conhecido por 'cantor', devido à alegria constante. Na família, também deixou boas lembranças. Rafael tinha duas filhas e havia tirado carteira de habilitação há menos de um mês.
"Ele era um cara super trabalhador, comprou um carro recentemente. A habilitação ainda nem chegou, mas, infelizmente, não pôde desfrutar dessas conquistas. Temos um propósito, mas Deus tem outro. Vamos lutar para conformar nossos corações", diz Admilson. "Ele era um irmão, a perda é muito grande", completa.
O acidente
Quatro pessoas morreram soterradas após o desabamento de um barranco em uma obra no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, nessa terça-feira (17/10). Um funcionário, de 23 anos, foi socorrido com uma das pernas quebradas e levado para o hospital Odilon Behrens.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros (CBMMG), o barranco desabou por volta das 8h, no momento em que funcionários faziam uma obra de sustentação da estrutura. Além da terra, havia muito minério de ferro, o que dificultou ainda mais o salvamento. No local, era construída uma unidade do supermercado Verdemar.
Três mortes foram confirmadas ainda no local: Rafael Pereira Barbosa, 34, Roberto Mauro da Silva, 55, e Zacarias Evangelista Fonseca, de 59 anos. A engenheira da obra, Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, foi levada em estado grave para o Hospital João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Havia cerca de 20 funcionários no local. A obra, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), estava regular e tinha alvará. Depois de vistoria da Defesa Civil, o local foi interditado preventivamente por risco de novos deslizamentos.