O transporte coletivo em Belo Horizonte terá um incremento de 200 ônibus até dezembro, conforme determinado no decreto de concessão do subsídio às concessionárias do transporte público. O investimento foi de R$ 100 milhões.
Desde a aprovação da lei, em julho, 220 novos veículos novos entraram em operação, anunciou a prefeitura do município nesta quinta-feira (19/10). Desse total, 167 foram acrescidos à frota e 53 substituíram outros veículos.
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A Prefeitura anunciou 849 novas viagens de ônibus neste ano, sendo 497 em dias úteis e 352 aos fins de semana. Com o aumento da frota de veículos, a previsão é de que, até dezembro, também sejam acrescidas 2.170 viagens, principalmente nos horários de pico.
As melhorias na frota estão previstas na Lei 11.458/23, que trata sobre o pagamento de subsídio de R$ 512 milhões às empresas de ônibus da capital e determinou, depois de meses de negociação, a volta da passagem para R$ 4,50. A renovação dos ônibus, que contam com ar condicionado, suspensão a ar e acessibilidade, é de responsabilidade do consórcio de empresas.
Em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (19/10), o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, admitiu que o número entregue até o momento não é suficiente para sanar os problemas do transporte público da capital. Só em agosto deste ano, a BHTrans recebeu 1.869 reclamações da população, sendo o estado de conservação dos ônibus a segunda queixa mais frequente. A primeira é atraso nas viagens.
"É um compromisso, feito em julho, para o processo de modernização, de encaminhamento de soluções para o transporte de BH. Os ônibus estão chegando. Não, não são suficientes. Precisa de 420. Mas isso vai chegar até dezembro, porque ônibus você não consegue comprar na prateleira. Você tem que encomendar o chassi, levar para o encarroçador. É isso que está sendo feito", disse à imprensa.
Sem detalhar números, a prefeitura ainda prevê que a renovação da frota seja ainda maior no próximo ano. A renovação também deve chegar aos ônibus do BRT Move, continuamente os líderes no ranking de reclamações da população.O superintendente de Mobilidade, André Dantas, também reconhece o problema do sistema. "É um investimento muito grande. Um ônibus articulado chega a custar mais de 2 milhões, então, estamos fazendo essa transição de veículos. Sabemos que muitos estão chegando na idade limite e nós queremos que isso aconteça rapidamente", afirmou em coletiva na manhã desta quinta-feira (19/10).
Questionado sobre casos recentes de acidentes e ônibus incendiados, ele diz que os episódios não são tão frequentes na frota municipal. "A maioria dos veículos que tem apresentado esses problemas de incêndio não são da nossa frota. Os veículos da frota municipal têm um nível de confiabilidade muito melhor", disse.
Pagamento do subsídio
O repasse às empresas de ônibus é feito depois de uma apuração da qualidade do serviço feita a cada decêndio. O pagamento integral só acontece se as viagens forem realizadas na extensão completa, sem irregularidades. O último repasse foi de R$ 13,5 milhões para o transporte convencional, montante R$ 1,1 milhão menor do que o previsto devido as penalidades aplicadas pela PBH."Quando o veículo tem qualquer tipo de problema, não cumpre a viagem, há uma punição imediata, que é o que interessa para a população. O veículo tem qualquer tipo de deficiência, não cumpriu a viagem com qualidade, nós tiramos aquela remuneração", ressalta Dantas.
As viagens são monitoradas em tempo real e fiscalizadas pela Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob). O repasse é feito cinco dias após o término do período de apuração da PBH.