
No júri desta tarde, foram ouvidas vítima e suspeito. Ao Estado de Minas, a irmã da jovem explicou que a sessão foi adiada para o dia 8 de novembro, quando as testemunhas de defesa e acusação deverão ser ouvidas.
“Nós, enquanto família, esperamos Justiça. Que ela seja severa da mesma proporção que foi o crime cometido contra a minha irmã e que todas as pessoas envolvidas sejam punidas de acordo com o ato de irresponsabilidade que cometeram. Que o motorista de aplicativo pague pelo ato que ele cometeu, que causou uma sequela imensurável para a vida da minha irmã. Que ele pague na mesma proporção”, disse a irmã da jovem.
O processo está em segredo de Justiça, por isso os detalhes das audiências não serão divulgados. “O art. 234-B do Código Penal determina o segredo de justiça nos processos de apuração dos crimes contra a dignidade sexual, não fazendo distinção entre vítima e acusado. Deve o processo correr integralmente em segredo de justiça, preservando-se a intimidade do acusado em reforço à intimidade da própria vítima”, informou a assessoria do Fórum Lafayette.
Denúncias
Além do autor do estupro de uma jovem de 22 anos que chocou o país, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também denunciou por estupro de vulnerável o motorista de aplicativo que abandonou a vítima, desacordada, no meio da rua. A denúncia foi determinada pelos artigos 217, que prevê o crime de estupro contra vulnerável, e 13, que determina que a omissão é penalmente relevante quando o responsável poderia ter evitado o crime final.
Já o amigo da vítima, que a acompanhava no show, e o motociclista que ajudou o motorista de aplicativo a retirar a vítima do carro e deixá-la em frente ao prédio, não foram indiciados pela Polícia Civil, mas entraram na denúncia do Ministério Público por omissão de socorro.
Relembre o caso
O crime aconteceu na madrugada do dia 30 de julho. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima estava em um evento de pagode que aconteceu no Mineirão, na Região da Pampulha, quando, por volta das 2h, decidiu ir embora. Durante o evento, ela teria ingerido bebida alcoólica e, na volta, os amigos a colocaram, sozinha, em um carro de aplicativo e compartilharam a localização da viagem com o irmão dela.
Por volta das 3h, a jovem teria chegado em casa. Câmeras de segurança instaladas em um estabelecimento comercial ao lado do prédio da jovem mostram o momento em que o carro de aplicativo para no endereço. O motorista desce do carro e começa a tocar o interfone do imóvel. Após alguns minutos, ele continua sem resposta.
Ainda segundo a Polícia Militar (PMMG), o motorista pediu ajuda a um homem que passava na rua para tirar a mulher de dentro do veículo. Ele teria tentado contactar alguém no prédio, novamente, mas sem sucesso. Por volta das 3h17, a vítima, que estava encostada em um poste, acabou caindo deitada no chão. Nesse momento, o motorista deixa o local.
Cinco minutos após a vítima ser deixada sozinha, um terceiro homem é flagrado se aproximando dela. De acordo com a PMMG, ele olha para os lados e, ao ver que não tinha ninguém na rua, a coloca nas costas e a carrega para outro lugar.
O homem de 47 anos, identificado como Wemberson Carvalho da Silva, foi preso no mesmo dia. Na época, ele negou ter cometido o crime e optou por ficar calado.
