Testemunhas relataram que a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou com balas de tinta contra os manifestantes, que organizaram o protesto apesar da proibição das autoridades.
Segundo sites e relatos de testemunhas, milhares de oposicionistas tomaram as ruas da capital iraniana para apoiar a mobilização.
Mais cedo, a polícia iraniana bloqueou o acesso à casa do ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mousavi, um dos líderes da oposição, para impedir que ele participasse da manifestação. Além disso, as linhas telefônicas de sua residência foram cortadas, como denunciou nesta segunda-feira seu site Kaleme.com. "Todas as linhas de telefone fixo e móvel de Mousavi e de sua mulher Zahra Rahnavard estão cortadas desde ontem (domingo). Desde a manhã de hoje, a rua onde fica sua casa foi fechada por carros da polícia", informou o site. "Várias viaturas da polícia estão estacionadas na rua e é impossível circular", acrescentou o Kaleme.com.
Mousavi e Zahra Rahnavard tentaram sair de casa às 14H45 (09H15 de Brasília), mas foram impedidos pelos policiais.
A casa de outro líder da oposição, o ex-chefe do parlamento Mehdi Karubi, também está sendo vigiada por agentes do governo desde quinta-feira.
Mousavi e Karubi haviam pedido uma autorização para organizar nesta segunda-feira passeatas de apoio às revoltas na Tunísia e no Egito, mas o regime proibiu qualquer manifestação, alegando que se tratava de uma desculpa para protestar contra o governo.
O governo do Irã declarou apoio às massivas revoltas populares na Tunísia e no Egito, que terminaram com a derrocada dos presidente Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro, e Hosni Mubarak, na última sexta-feira.
Entretanto, o secretário político do ministério do Interior, Mahmud Abaszadeh Meshkini, reiterou nesta segunda-feira que a oposição não tem autorização do governo para manifestações de qualquer espécie.
Os manifestantes caminharam silenciosamente em direção à Praça Azadi, partindo de diferentes partes de Teerã e agrupados em pequenas concentrações.
"Milhares de pessoas se reuniram sem gritar frases de protesto ao redor da praça Enghelab, no centro de Teerã", reportou o site Kaleme.com.
A mídia internacional foi proibida pelo governo de acompanhar as manifestações.