O conselho supremo das Forças Armadas declarou em comunicado transmitido pela televisão estatal que "os honrosos egípcios viam os protestos atuais num momento delicado" podendo trazer "consequências negativas" para o país.
A Bolsa do Cairo, fechada há mais de duas semanas, informou que não retomaria por enquanto suas atividades, em razão das perturbações no setor bancário.
Aos pés da esfinge e das famosas pirâmides de Gizé, centenas de guias turísticos egípcios, em desemprego técnico por falta de clientes, organizaram um encontro para pedir a volta dos visitantes.
"Reviens, komm wieder, come back, vuelve!" (Voltem): diziam os guias nas principais línguas dos turistas para que eles voltassem a visitar o Egito.
Internautas e governo
No plano político, os internautas, que começaram a revolta que provocou a renúncia na sexta-feira passada do presidente egípcio Hosni Mubarak, encontraram-se com o exército para discutir reformas democráticas prometidas, após a dissolução do Parlamento e a suspensão da Constituição.
Segundo eles, os militares têm a intenção de propor emendas à Carta Magna do país nos próximos dez dias e submeter essas mudanças a um referendo em dois meses.
O conselho supremo das Forças Armadas informou no domingo que assumia "a direção dos assuntos do país provisoriamente por seis meses ou até o fim de eleições legislativas e presidenciais", mantendo assim, para a gestão dos assuntos em curso, o governo formado por Mubarak no dia 31 de janeiro.
"O exército afirmou que não pretendia governar o Egito e que o futuro do Egito reside em um poder civil", afirmaram dois ciberativistas; Wael Ghonim, jovem cientista de computação da gigante americana Google que virou ícone do levante, e o blogueiro Amr Salama.
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Nesta segunda-feira, os carros voltaram a circular pela Praça Tahrir, epicentro da revolta no Cairo. Apenas um pequeno grupo de militantes ainda estava mobilizado, cercado por um cordão de militares.
A praça, no entanto, continuava a mostrar imensos retratados dos "mártires" da revolta popular. Ao longo do levante, ao menos 300 pessoas foram mortas, segundo um balanço não confirmado da ONU.