A jovem marroquina Karima "Ruby" El Mahrou afirmou que o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, sabia que ela era menor de idade, segundo informou o jornal La Reppublica.
O diário publicou supostas declarações da jovem à Procuradoria de Milão, que investigava Berlusconi sob a suspeita do premier ter mantido relações sexuais com menores de idade durante festas promovidas em sua residência em Arcore.
Segundo as declarações de "Ruby", ela visitou 14 vezes a residência de Berlusconi, entre os dias 14 de fevereiro e 2 de maio do ano passado, época em que ainda era menor de idade.
No entanto, só em março ela "disse a ele a verdade, que era menor de idade e que não tinha documentos".
De acordo com o jornal, essa teria sido a "evidência de prova" na qual a juíza de investigações preliminares Cristina Di Censo se baseou para aceitar o pedido de julgamento imediato do premier, apresentado pela Procuradoria de Milão.
O La Reppublica também afirma que Ruby teria contado aos promotores que Berlusconi sugeriu que ela dissesse ser sobrinha do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, pois assim poderia "justificar os recursos" que o chefe de Governo colocaria à disposição, como um apartamento em Milão.
Ontem a juíza para investigações preliminares Cristina Di Censo acolheu o pedido de julgamento imediato de Berlusconi, apresentado pela Procuradoria de Milão, e agendou para 6 de abril a audiência do premier.
O julgamento está previsto para iniciar às 9h30 locais, e será presidido pelas juízas Carmen D'Elia, Orsolina De Cristofaro e Giulia Turri, do Tribunal de Milão.
Os promotores dizem que Berlusconi pagou para manter relações sexuais com jovens menores de idade, entre elas a marroquina "Ruby".
Além disso, o premier teria extorquido agentes de segurança para libertar "Ruby" de um centro de reabilitação, onde ela estava detida por ter furtado uma amiga. Berlusconi teria falado que a garota deveria ser libertada porque era sobrinha de Mubarak.