De madrugada, as forças de segurança reprimiram os manifestantes que realizavam protestos na capital, Manama. Um deputado da oposição, Ali al-Aswad, membro do bloco Al-Wefaq, disse que havia 95 pessoas feridas, cinco delas em estado grave. Segundo a televisão estatal, lideranças militares disseram que controlam "partes importantes" da cidade.
Dezenas de veículos blindados da polícia foram usados nesta quinta-feira para reprimir as manifestações na Praça Pérola, no centro da capital. A polícia lançou uma violenta ação para retirar manifestantes da área, segundo testemunhas.
A rede Al Jazeera afirma, em seu site, que havia confrontos também em outras partes da capital. O líder do principal bloco da oposição xiita no país, xeque Ali Salman, qualificou a ação policial como "selvagem e injustificada". Segundo Salman, a repressão terá "repercussões catastróficas". Os policiais chegaram quando os manifestantes dormiam na praça, usando gás lacrimogêneo e tiros de borracha para dispersá-los.
Os protestos começaram na segunda-feira no país do Golfo Pérsico exigindo democracia e melhorias econômicas. Os manifestantes se inspiram nos levantes ocorridos na Tunísia e no Egito, que terminaram com a renúncia dos líderes dessas nações. O protesto no Bahrein foi convocado por ativistas pela internet.
Na terça-feira, o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, fez uma rara aparição na televisão, prometendo investigar as duas mortes anteriores de manifestantes. Porém, desde então os protestos cresceram, com muitas pessoas exigindo a saída da família real do comando do país. De maioria muçulmana xiita, o Bahrein é controlado por uma dinastia sunita.
Os ministros das Relações Exteriores das monarquias do Golfo Pérsico devem realizar uma reunião de emergência hoje, em Manama informou a chancelaria do Bahrein. Um porta-voz do ministério disse que os Estados que formam o Conselho de Cooperação do Golfo devem anunciar seu apoio ao governo do país. O grupo é formado por Bahrein, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.