Jornal Estado de Minas

Oposição da Argélia mantém sua marcha apesar de promessas do governo

AFP
A oposição argelina está determinada a voltar a manifestar-se no sábado, segundo líderes da oposição, apesar das promessas feitas pelo regime, e reiteradas pelo primeiro-ministro Ahmed Uyahia, de levantar o estado de emergência e de tomar medidas para responder às demandas dos argelinos. "A Argélia está em andamento para uma mudança. Nossa luta vai além do fim do estado de emergência", declarou à AFP Fodil Bumala, um membro fundador da Coordenação Nacional para a Mudança e a Democracia (CNCD). "A próxima manifestação de sábado se prepara. Há menos medo", acrescentou explicando que isso se deve à primeira marcha de Argel, em 12 de fevereiro, na participaram 2.000 pessoas que desafiaram a proibição e a mobilização de mais de 30.000 membros das forças de ordem. Em Orã, importante cidade do oeste argelino, a CNDC anunciou uma nova manifestação para sábado. A Cooperação Nacional para a Mudança e a Democracia (CNCD), que agrupa a oposição e a sociedade civil, convocou a marcha pedir, entre outras coisas, a suspensão do estado de emergência, em vigor desde fevereiro de 1992 e uma "mudança de sistema". O estado de emergência foi proclamado no começo de uma década de atos violentos islamitas que deixaram pelo menos 150.000 mortos. Na semana retrasada, o presidente Abdelaziz Bouteflika afirmou que o estado de emergência será levantado "em um futuro próximo".