As forças de segurança do Bahrein dispersaram um protesto de milhares de pessoas contra o governo na praça central da capital, Manama.
Centenas de policiais da tropa de choque invadiram a praça onde estavam os manifestantes antes do amanhecer desta quinta-feira usando bombas de gás lacrimogêneo, golpes de bastão e, segundo testemunhas, balas de borracha.
Segundo grupos de oposição, pelo menos quatro pessoas morreram durante a operação e outras cem ficaram feridas.
Os manifestantes estavam acampados na praça desde terça-feira.
Um manifestante contou que eles não faziam mal a ninguém e não esperavam a operação.
"Estávamos dormindo quando eles nos surpreenderam e atacaram."
Os manifestantes fugiram, perseguidos pela polícia, enquanto helicópteros sobrevoavam a praça. O cheiro de gás lacrimogêneo permaneceu no centro de Manama várias horas depois da operação.
Nos hospitais, dezenas de pessoas foram atendidas.
Barracas abandonadas
Quando amanheceu, a praça, que passou a ser chamada por manifestantes de Tahrir depois das manifestações no Egito, mostrava os sinais da repressão ao protesto: barracas abandonadas, cobertores e objetos dos manifestantes espalhados.
O Ministério do Interior informou que a operação na praça só ocorreu depois de o governo ter esgotado todas as alternativas de negociação com os manifestantes.
Tanques e veículos blindados tomaram as ruas da capital do país, o primeiro sinal do envolvimento militar na crise.
Muitos dos manifestantes do Bahrein pediam libertação dos prisioneiros políticos, a criação de empregos e a construção de casas populares, o estabelecimento de um Parlamento mais representativo e uma nova Constituição.
Eles pedem também um novo gabinete que não inclua o atual primeiro-ministro, xeque Khalifa bin Salman Al Khalifa, no cargo há 40 anos.