"Todas as garotas ficavam nuas durante o bunga-bunga, e eu tinha a sensação de que elas estavam competindo umas com as outras para fazer com que Berlusconi as notasse, com performances sexuais cada vez mais ousadas", lembra Ruby, citada no diário italiano.
Ela é peça-chave do processo que corre na justiça italiana contra Berlusconi, acusado de contratar seus favores sexuais quando Ruby ainda era menor de idade - embora tanto ela quanto ele neguem.
Berlusconi também é acusado de abuso de poder, por um episódio em que obrigou a polícia a libertar Ruby, detida por roubo.
Leia Mais
Jovem envolvida com Berlusconi quer compensaçãoBerlusconi sobre o caso Rubygate: "Não estou preocupado"Para Marco Aurélio, passaporte diplomático dos filhos de Lula é irrelevanteBerlusconi admite que deu dinheiro a jovem pivô de escândalo Procuradoria de Milão conclui que Berlusconi pagou por sexo com RubyItália: Berlusconi quer participar de todas as audiências de seus processosIdéia do Kadhafi
Em outro trecho do depoimento, Ruby descreve como foi seu primeiro encontro com o premier italiano.
"Naquela noite, Berlusconi me disse que a bunga-bunga era um harém, o que ele copiou de seu amigo (o ditador líbio Muamar) Kadhafi, e que consistia de garotas tirando a roupa e concedendo-lhe 'prazeres sexuais'".
"O primeiro-ministro me levou até seu escritório, e me fez entender que minha vida mudaria completamente se eu participasse do bunga-bunga", acrescenta a jovem.
"Participei, mas não tirei a roupa"
Ela conta ter se recusado em uma primeira ocasião, mas acabou se unindo ao "harém" de Berlusconi da segunda vez em que o visitou, em março - mas garantiu que sua condição era manter-se vestida.
"Eu não tirava a roupa e não tinha relações sexuais", afirma. "Eu era a única garota vestida, e apenas para ter algo para fazer eu levava para o primeiro-ministro um Sanbitters de vez em quando", contiua, referindo-se a um popular drink não alcoólico vendido na Itália.
Não há menção no relatório sobre o que Berlusconi usava nessas ocasiões.
Não houve acusações judiciais relacionadas com as festas "bunga bunga", que, no entanto, se tornaram motivo de inúmeras piadas na Itália nos recentes meses.
Berlusconi admitiu que é "um pecador, como todo mundo", mas acusou os juízes moralistas e adversários puritanos de orquestrarem uma campanha contra ele.