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Estado de Minas

Centenas de tunisianos se manifestam por país laico


postado em 19/02/2011 16:07

(foto: REUTERS/Zoubeir Souissi)
(foto: REUTERS/Zoubeir Souissi)
Centenas de pessoas foram às ruas de Túnis neste sábado para pedir "uma Tunísia laica", depois dos incidentes com radicais islâmicos que atacaram um ponto de prostituição na sexta-feira, protestaram com slogans antissemitas e estão sendo acusados pela morte brutal de um sacerdote polonês.

"Por um país laico", cantavam os manifestantes convocados através do Facebook. "Parem com seus atos extremistas", "Por uma Tunísia laica", "Laicidade = liberdade e tolerância", diziam alguns dos cartazes carregados pela multidão, que se concentrou na avenida Habib Burghiba, epicentro dos protestos que em janeiro culminaram com a renúncia do presidente Zine El Abidine Ben Ali.

"Convocamos esta manifestação para mostrar que a Tunísia é um país tolerante que rejeita o fanatismo e para reforçar a laicidade na Tunísia, tanto na prática quanto na lei", declarou um blogueiro de 29 anos, Sofian Churabi.

A polícia foi mobilizada em torno dos manifestantes, apoiada por helicópteros do exército que sobrevoavam a área.

Na sexta-feira, dezenas de radicais islâmicos tentaram incendiar uma rua de Túnis conhecida como ponto de prostitutas.

Na semana anterior, um grupo de radicais se manifestou gritando slogans antissemitas em frente à Grande Sinagoga de Túnis.

Sem citar diretamente os islamitas, as autoridades também atribuíram aos "extremistas" o assassinato de um sacerdote polonês encontrado morto na sexta-feira perto de Túnis.

"O ministério de Assuntos Religiosos condena este ato criminoso e pede aos homens de fé e membros da sociedade civil que condenem estes atos e ajam com determinação para evitar que voltem a acontecer", escreveu o ministério em um comunicado, publicado pela agência TAP.

Morte do sacerdote polonês

Marek Rybinski, de 34 anos, foi encontrado decapitado na sexta-feira na garagem de uma escola religiosa particular na região de Manuba, perto de Túnis. Ele trabalhava como tesoureiro da instituição, segundo uma fonte próxima ao ministério do Interior tunisiano.

O ministério destacou que "a Tunísia sempre foi um lugar de coexistência entre raças e nacionalidades e de diálogo entre civilizações, religiões e culturas".

Entretanto, o principal movimento islamita tunisiano condenou neste sábado a morte do religioso, afirmando que não se pode "colocar todos os islamitas no mesmo plano".

O movimento Ennahda pediu ao governo "que descubra as verdadeiras circunstâncias deste homicídio e encontre aqueles que o cometeram para esclarecer as coisas perante a opinião pública", disse à AFP um de seus dirigentes, Ali El Ariath.

O regime Ben Ali combatia os radicais islâmicos, e prendeu milhares deles nos anos 90.

Neste sentido, preocupa a anistia geral para os presos políticos que começou a vigorar neste sábado na Tunísia, depois que o presidente do governo de transição promulgou o decreto lei, informou neste sábado uma fonte oficial.

"O presidente interino assinou neste sábado um decreto lei relativo à anistia geral, que permitirá a todos aqueles que foram presos ou julgados por crimes de direito comum em função de suas atividades políticas ou sindicais beneficiarem-se da anistia", indicou a TAP.

O primeiro governo de transição havia adotado um projeto de lei de anistia geral para os prisioneiros políticos no dia 20 de janeiro, seis dias após a queda do regime autoritário do presidente Zine El Abidine Ben Ali.

Na semana passada, a Assembleia Nacional e o Senado tunisianos adotaram uma lei que autorizada o presidente interino Fued Mebaza a governar por decretos lei, sem a necessidade de passar pela aprovação do Parlamento bicameral herdado do antigo regime.

Na quarta-feira, o ministro da Justiça Lazhar Karui Chebi indicou que a libertação condicional já havia sido acordada com 3.000 prisioneiros.


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