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Estado de Minas

Duzentos manifestantes morrem na segunda maior cidade da Líbia


postado em 20/02/2011 11:45 / atualizado em 20/02/2011 15:49

Manifestantes protestam neste domingo em Benghazi, 2ª maior cidade da Líbia(foto: Reuters)
Manifestantes protestam neste domingo em Benghazi, 2ª maior cidade da Líbia (foto: Reuters)

Um médico da cidade de Benghazi, a segunda maior da Líbia, disse que forças controladas pelo coronel Muamar Kadafi mataram no sábado pelo menos 200 manifestantes opositores do governo que estavam enterrando os corpos de outras 35 pessoas mortas em um protesto realizado um dia antes.

Segundo testemunhas, mercenários, soldados e simpatizantes de Kadafi atacaram os manifestantes no sábado com facas, rifles de assalto e armas mais pesadas. O médico disse que seu hospital está sem suprimentos e por isso não pode tratar mais de 70 pessoas feridas no incidente. "Eu estou chorando", disse o médico, que falou sob condição de anonimato por temer represálias. "Por que o mundo não está ouvindo?"

Benghazi está no centro das revoltas contra o regime de Muamar Kadafi, no poder há mais de 40 anos. As manifestações já duram seis dias, mesmo diante dos repetidos ataques, e alguns líderes exilados da oposição dizem que muitas cidades do leste da Líbia estão sob controle de forças que não são mais leais a Kadafi.

Mohammed Abdullah, líder exilado da Frente de Salvação da Líbia, disse que as tropas do governo em partes de Benghazi, Beyida e Tobruk romperam os laços com o comando em Trípoli, capital da Líbia. Ele acrescentou que protestos menores ocorreram na noite de sábado nos arredores de Trípoli, e que os manifestantes foram rapidamente dispersados por forças de segurança.

Jamal Eddin Mohammed, de 53 anos e morador de Benghazi, disse que milhares de pessoas estão participando de uma passeata em direção ao cemitério da cidade para enterrar outros manifestantes mortos. O trajeto, segundo ele, inclui o palácio residencial de Kadafi e o quartel-general do governo. "Tudo está guardado nesse complexo, escondido por paredes atrás de paredes. As portas abrem e fecham e soldados e tanques saem, sempre de surpresa e na maior parte das vezes depois de escurecer", acrescentou.


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