A greve de fome mantida desde o início de fevereiro por um grupo de jovens venezuelanos continuava nesta segunda-feira com a adesão de novos manifestantes, que já somam 80 e que ameaçaram radicalizar o protesto caso suas demandas não sejam atendidas.
O líder estudantil Roderick Navarro declarou que mantém a greve "com firmeza e força" para exigir do governo de Hugo Chávez a permissão da visita de uma missão da OEA para que conheça a situação de alguns políticos presos e avalie os direitos humanos no país.
"A partir de hoje, o chamado dos estudantes começará a ter efeito. Realizaremos atividades de rua e faremos um chamado ao governo, ao qual dizemos que, se não nos escutar, não hesitaremos em radicalizar o protesto", declarou Navarro.
A greve estendeu-se a outras cidades do país como Maracaibo (oeste), ou Puerto La Cruz (leste), e a quantidade de manifestantes está aumentando, segundo os líderes. Os estudantes mobilizados consideram que o governo venezuelano viola os direitos humanos e mantém presos políticos.
"Não estamos brincando, o que estamos fazendo é muito sério", afirmou Navarro.
O principal protesto ocorre diante da sede da Organização de Estados Americanos (OEA) em Caracas, mas também há um grupo em frente à embaixada do Brasil.
Os grevistas criticaram a postura do governo, que afirma que não permite a visita da OEA por se tratar de um assunto interno. Na sexta-feira, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, questionou também o "intervencionismo" dos Estados Unidos neste assunto.
O Departamento de Estado americano pediu na semana passada à Venezuela que permita a visita da missão da OEA no país.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse por sua vez que está disposto a visitar a Venezuela sempre e quando o governo autorizar.