Jornal Estado de Minas

Muamar Kadafi diz que não deixará a Líbia

AFP
Na noite desse domingo, Seif Al-Islam, filho de Kadhafi, fez um discurso na televisão no qual alertou para a possibilidade de um banho de sangue no caso de continuidade dos protestos e prometeu reformas - Foto: AFP PHOTO/MAHMUD HAMS
O ditador líbio Muamar Kadafi, cujo regime enfrenta uma onda de protestos sem precedentes, anunciou nesta terça-feira em um discurso transmitido ao vivo pela televisão estatal que permanecerá na Líbia "como chefe da revolução", afirmando que não tem motivos para renunciar.

O coronel Kadafi não fez nenhuma declaração oficial desde o início das manifestações contra o regime em 15 de fevereiro. Ele fez apenas uma breve aparição pública na madrugada desta terça-feira para desmentir os boatos de sua fuga para a Venezuela.

"Regime ditatorial"


O embaixador da Líbia nos Estados Unidos, Ali Aujali, anunciou nesta terça-feira que se nega a servir a "um regime ditatorial", e pediu abertamente a renúncia do líder Muamar Kadafi, em uma entrevista ao canal americano ABC. "Me demiti de minhas funções a serviço do regime ditatorial atual. Mas nunca renunciarei a servir meu povo, até que sua voz seja ouvida no mundo inteiro, até que alcance seus objetivos", declarou Aujali.


O diplomata também pediu a renúncia de Muamar Kadafi, no poder desde 1969. "Eu peço que ele vá embora. Parta e deixe em paz nosso povo", disse.

"As pessoas estão sendo mortas de forma brutal. O povo está desarmado, enquanto o regime tem todo tipo de armas e utiliza os tanques contra as pessoas", declarou Aujali, que disse ter visto fotografias de "pessoas cortadas em duas, como se tivessem sido mortas por máquinas aplanadoras e não balas".