O dirigente líbio Muammar Kadhafi ameaçou nesta terça-feira os rebeldes com uma resposta similar à usada em Tiananmen (a repressão na Praça Celestial, na China, em 1989) e de Fallujah (no Iraque), onde as tropas americanas teriam usado armas incendiárias de fósforo branco.
Também disse que os manifestantes estão sujeitos à pena de morte.
Para se ter uma ideia do fósforo branco, segundo descrição do cientista de Fallujah, Mohamad Tareq al-Deraji, que fundou em 2004 um "centro de estudos para os direitos humanos", na cidade rebelde, "uma chuva de fogo se abateu sobre o povo. As pessoas atingidas por essas substâncias de diversas cores começaram a queimar. Encontramos corpos com ferimentos estranhos. Seus corpos estavam queimados, mas suas roupas estavam intactas", relatou na ocasião.
Onda de protestos
O ditador Muamar Kadhafi, que enfrenta uma onda de protestos sem precedentes, duramente reprimida, também anunciou nesta terça-feira, em discurso transmitido ao vivo pela televisão estatal, que permanecerá na Líbia "como chefe da revolução", porque não tem motivos para renunciar.
Leia Mais
Conselho de Segurança da ONU discute crise na LíbiaLula ataca mídia e chama Kadafi de 'amigo e irmão'Merkel considera "assustador" o discurso de Kadhafi"Este é meu país, meu país", gritou Kadhafi, enquanto agitava os braços e apontava o dedo para o alto.
"Morrerei como um mártir na terra de meus ancestrais", afirmou.
"Lutarei até a última gota de meu sangue", afirmou ainda, acrescentando que ordenou ao exército e à polícia controlarem a situação no país.
"Capturem os ratos. Tirem-nos de suas casas e acabem com eles, onde quer que estejam", afirmou ainda.
Pena de morte
No entender de Kadhafi, os manifestantes armados são passíveis da pena de morte.
Kadhafi também convocou seus partidários a se manifestarem na quarta-feira:
"O povo líbio está comigo", sentenciou.
Na noite de segunda-feira, Kadhafi já havia se mostrado decidido a permanecer no poder, horas depois de suas forças de segurança terem protagonizado os mais violentos momentos da repressão contra os protestos para exigir sua renúncia.