A CNCD, formada após os distúrbios de janeiro, que provocaram cinco mortes e deixaram mais de 800 feridos, é uma coalizão de sindicatos, personalidades e partidos políticos, o mais importante deles a União pela Cultura e a Democracia (RCD) liderada pelo laico Said Sadi.
Um grupo chamado Argélia Pacífica exigiu a saída dos partidos políticos. Além da RCD, dois pequenos partidos integram a coordenação, o Movimento Democrático e Social (MDS, herdeiro do antigo partido comunista), e o Partido pelo Laicismo e o Desenvolvimento.
Com a recusa dos partidos de deixar a CNDC, a reunião terminou com a criação de uma segunda estrutura, a Coordenação da Sociedade Civil, composta principalmente pela Liga Argelina de Defesa dos Direitos Humanos, o sindicato de funcionários públicos e o grupo SOS Desaparecidos.
A CNCD manteve a decisão de organizar manifestações todos os sábados em Argel, apesar da proibição das mesmas.
O governo anunciou na terça-feira que o estado de emergência instaurado em fevereiro de 1992 para lutar contra a guerrilha islamita será suspenso por um decreto que deve entrar em vigor de maneira "iminente". A decisão era exigida pelos partidos, que protestavam contra a restrição das liberdades políticas.
Uma exigência considerada legítima, segundo a oposição, pelo fato do governo considerar que a paz retornou ao país graças à política de reconciliação nacional de Buteflika, no poder desde 1999 e que está no terceiro mandato presidencial de cinco anos.
Além da suspensão do estado de emergência, o Conselho de Ministros anunciou uma série de medidas a favor da economia, do emprego e da habitação. As medidas foram anunciadas em um momento de greves em série no país.
Os protestos da oposição argelina, no entanto, não conseguiram resultar em uma revolução como as registradas na Tunísia e no Egito.