Jornal Estado de Minas

EUA avaliam com ONU adoção de sanções contra a Líbia

BBC

Carney: "Várias opções estão sendo consideradas, incluindo sanções" - Foto: Reuters / JONATHAN ERNST
Os Estados Unidos voltaram nesta quarta-feira a condenar a violência na Líbia e disseram estar avaliando, juntamente com a ONU, a possibilidade de adotar sanções contra o país por causa da resposta violenta do governo aos protestos contra o regime de Muamar Khadafi.
"Continuamos a trabalhar com a ONU. Várias opções estão sendo consideradas, incluindo sanções", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Segundo ele, o presidente Barack Obama "condena fortemente" a violência e está "preocupado" com a situação na Líbia.

"Ele está extremamente preocupado e assustado com a violência terrível e com o banho de sangue que aconteceu na Líbia, e deixará isso claro", disse Carney.

Obama deve fazer um pronunciamento sobre a situação no país do norte da África ainda nesta quarta-feira ou na próxima quinta-feira.

Será o primeiro pronunciamento oficial do presidente americano sobre a crise na Líbia.

Sanções

Carney disse ainda que a violência dos grupos de milícia leais a Khadafi é "completamente inaceitável" e que cabe ao povo líbio escolher quem será o seu líder.

Em comunicado à imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado americano, P.J. Crowley, confirmou que os Estados Unidos consideram impor sanções à Líbia e disse que o país deverá "coordenar esforços com a comunidade internacional".

"Estamos avaliando uma série de ferramentas e opções das quais dispomos para alcançar nossas metas de ver o fim da violência na Líbia e o respeito pelos direitos do povo líbio", disse Crowley.

"Isso certamente inclui considerar sanções que poderiam ser impostas bilateralmente ou multilateralmente", disse Crowley.

Espaço aéreo

Também nesta quarta-feira, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que seria possível impor a interdição do espaço aéreo da Líbia para proteger os civis de ataques do próprio governo.

"Eu não sei o que está acontecendo, qual é a situação agora. Mas se está havendo ataques aéreos em pessoas comuns, então eu acho que há uma necessidade imediata deste nível de proteção. E me junto às vozes que pedem à comunidade internacional que dê este tipo de cobertura", disse.

A escalada de violência na Líbia desde o início dos protestos pró-democracia e contra o coronel Muamar Khadafi já deixou pelo menos 300 mortos.

Khadafi está tentando manter o controle na capital, Trípoli, e em áreas no oeste da Líbia, à medida que manifestantes consolidam posições no leste e estrangeiros fogem do país.