A construtora Odebrecht conseguiu na tarde desta quarta-feira a autorização para pousar aviões fretados na Líbia e resgatar seus 3,2 mil funcionários que estão no país. A companhia fretou dois Boeing 747 que, até o fim da tarde de hoje, aguardavam para entrar no espaço aéreo líbio. Desde a última sexta-feira, 1,8 mil funcionários da empresa já deixaram o país em voos de carreira. A intenção é levar os trabalhadores até Malta, no sul da Europa. De lá, cada um tentará voltar ao seu país de origem. Muitos operários que trabalham nas obras da Odebrecht na Líbia vieram da Tailândia, Vietnã, Filipinas e Egito. Os executivos são do Brasil e outros países da América Latina. Caso não seja possível para os funcionários conseguir voos a partir de Malta, a empresa terá de organizar viagens para outros países e acomodação.
A Odebrecht foi a primeira construtora brasileira a se instalar na Líbia desde a reabertura comercial do país, que passou dez anos sob embargo. A empresa começou a trabalhar no país em 2007, em duas obras no valor total de U$ 1,4 bilhão: a construção de dois terminais do aeroporto internacional da capital, Trípoli, e a criação de um anel rodoviário. Retirados da Líbia pelo governo português, chegam hoje a São Paulo quatro trabalhadores brasileiros da empresa Zagope, a sucursal portuguesa da Andrade Gutierrez, que estavam na Líbia.