Sob pressão de manifestantes contrários à monarquia absolutista, o xeque Hamad bin Isa Al Khalifa, do Bahrein, sinalizou que pretende libertar cerca de cem xiitas da oposição na tentativa de conter os protestos. Nessa quarta-feira, pelo menos 50 dissidentes políticos foram libertados, segundo as autoridades policiais.
O perdão real foi estendido a 23 pessoas processadas, desde outubro do ano passado. A maioria é acusada de conspirar contra a monarquia. De acordo com um advogado que defende alguns dissidentes, as autoridades se comprometeram a perdoar outros condenados.
Há dez dias, o Bahrein enfrenta protestos diários. Os manifestantes, a maioria xiita, faz críticas à monarquia sunita. Para os manifestantes, os xiitas sofrem discriminação no país por parte das autoridades. Eles reclamam por mais oportunidades de emprego e melhor qualidade de vida.
De acordo com dados não oficiais, as manifestações causaram pelo menos oito mortos e vários feridos. Houve confrontos entre manifestantes e policiais. Para Mattar Ibrahim, líder do principal partido xiita Al-Wefaq, há indicações de abertura política no país, mas os dissidentes são mantidos presos ao lado de criminosos comuns. "O ponto principal é a iniciativa que nós esperamos para uma verdadeira reforma política. Até agora, eles [os integrantes do governo] não prometeram nada. Eles dizem que estamos perdendo nosso tempo", afirmou Mattar.