Um avião fretado pela construtora Odebrecht com 446 pessoas a bordo, incluindo 114 brasileiros, chegou nesta quinta-feira a Malta, no Mar Mediterrâneo, vindo da capital da Líbia, Trípoli.
Esse foi o primeiro dos três voos que a empresa brasileira anunciou para retirar funcionários e seus familiares do país norte-africano, palco de protestos contra o regime do líder Muamar Kadafi desde 15 de fevereiro.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Odebrecht, estavam no primeiro voo, que chegou a Malta às 10h (hora de Brasília), todos os 107 funcionários brasileiros da empresa e seus familiares, além de sete brasileiros que trabalham para a Petrobras em Trípoli.
Também estavam na aeronave outros 332 funcionários da empresa de outras 23 nacionalidades. Permanecem na Líbia 2,7 mil empregados da Odebrecht, segundo a empresa.
Parte deles deve ser retirada nos outros dois voos fretados para Malta, todos com capacidade para 450 pessoas. Outros deixarão a Líbia em um navio que, segundo a construtora, partiu da cidade de Palermo (Itália) e deve chegar a Trípoli nesta tarde.
Depois de retirar as pessoas da Líbia, a empresa disse que providenciará o retorno de todos a seus países em voos de carreira ou fretados.
Navio grego
Ao mesmo tempo, está a caminho de Benghazi, no norte da Líbia, um navio cuja missão é buscar 148 brasileiros que estão na cidade, a maioria deles funcionários da construtora Queiroz Galvão.
A Embaixada do Brasil na Grécia – de onde partiu o navio – informou à BBC Brasil que, até a manhã desta quinta-feira (horário de Brasília), não tinha tido notícias da embarcação, mas que não havia preocupações quanto à atracagem em Benghazi.
A maior preocupação era com o mau tempo – tem chovido na região, segundo a embaixada.
Ainda assim, a expectativa é de que os 148 brasileiros, que embarcarão no navio acompanhados de espanhóis, portugueses e um tunisiano, cheguem ao porto grego de Pireu na sexta-feira pela manhã.
O governo líbio retém os passaportes de estrangeiros que vivem no país, por isso os brasileiros não terão o documento ao chegar em Atenas. Mas a embaixada na Grécia disse que providenciará a documentação.
Houve tentativas prévias de buscar esses brasileiros por via aérea, mas há relatos de que a pista do aeroporto de Benghazi tenha sido destruída no início da semana, durante os distúrbios na cidade.