Milhares de africanos naturais da região subsaariana do continente estão fugindo da Líbia para tentar escapar da violência que domina o país, devido aos confrontos entre rebeldes contrários ao coronel Muamar Kadafi e forças leais ao regime líbio.
O país conta com um total de 1,5 milhão de imigrantes ilegais, muitos deles nativos de Egito, Tunísia, Sudão, Níger e regiões do Oeste e do “chifre” da África, localizado no nordeste do continente. De acordo com a entidade não-governamental Organização Internacional pela Migração (OIM), a maior parte dos estrangeiros que estão saindo da Líbia são tunisianos.
Desde a terça-feira pela manhã, um total de 235 cidadãos da Tunísia já chegaram em dois barcos à ilha de Lampedusa, na Itália.
Um navio tunisiano transportando quase 200 pessoas chegou à ilha italiana na quinta-feira à noite, tendo viajado em meio a más condições meteorológicas e marítimas. Entre os que viajavam na embarcação, estavam três mulheres grávidas acompanhadas de seus maridos. Segundo funcionários da OIM, as mulheres estão em estado de choque, devido às duras condições que enfrentaram durante a viagem.
Já um barco pesqueiro italiano que resgatou 37 tunisianos no mar finalmente conseguiu chegar a Lampedusa na manhã desta sexta-feira, de acordo com a OIM, após diversas tentativas frustradas de resgate devido ao mau tempo.
A entidade afirma que os tunisianos teriam seguramente morrido no mar caso não tivessem sido resgatados pela embarcação. A OIM está pedindo um auxílio de US$ 11 milhões (cerca de R$ 18 milhões) voltado para os imigrantes que estão fugindo da Líbia.